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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Vermelhão: arranque falso, dispendioso...

PAOK 2 - 1 Benfica


E lá se foi o dinheiro!!! Desde da forma como perdemos o acesso directo à Champions na época passada, a forma atípica desta pré-época, o formato absurdo que a UEFA determinou para esta eliminatória, até a nomeação de má memória do árbitro... tudo isto somado, aumentou-me o pessimismo no pré-jogo! Até a ida do Zivko para o PAOK nos últimos dias, formou em todas as nossas cabeças, a quase inevitabilidade que ele iria marcar um golo...!!!
Quando começamos a falhar golos feitos ainda na 1.ª parte, com bolas nos postes, a 'inevitabilidade' ainda cresceu mais!!!

Perdemos um jogo, onde 'ganhámos' em todos os aspectos estatísticos do jogo, alguns com vantagem enorme, mas perdemos naquele que é mais fundamental: nos golos!!!

Podia discutir a utilização do Pizzi como 2.º avançado, ou a opção do Haris com titular, mas sinceramente, tentando ser racional, e sem fazer uma análise resultadista, até acho que jogámos 'melhor' daquilo que seria normal, para o primeiro jogo oficial da época, com muitos jogadores novos nos treinos, e com vários internacionais fora dos treinos na última semana!!!

As equipas do Jesus normalmente levam algum tempo a ganhar 'ritmo', não estou preocupado com o potencial rendimento da equipa durante a época, mas este início de época, com o investimento forte, com as eleições, e com as decisões Europeias, vai ter um peso superior no universo benfiquista... E jogar às quintas-feiras na Liga Europa também não é o ideal, numa época, mais curta, com o calendário super-condensado...!



O povo ergueu-se numa ovação agradecida


 "O Benfica irá iniciar o próximo campeonato nacional em Famalicão. A primeira vez que as duas equipas se enfrentaram no Minho para esta competição foi no dia 11 de Maio de 1947, no Campo do Freião. Vitória encarnada por 1-5!

Ficou o Benfica a saber que irá o campeonato em Famalicão, no campo daquela que terá sido, pelo menos na opinião deste que se assina, como a mais agradável de todas as equipas da época passada, pela qualidade do seu jogo, pelo atrevimento do seu treinador e dos seus jogadores, pela maneira como nunca se deixou amarrar ao medo de perder fosse em que campo fosse. Diga-se que, de certa forma, o Famalicão respeitou a sua história, que é antiga e bonita. Se continuará a fazê-lo na prova que está à beira de começar, já é outra história, mas não há motivos para pensar o contrário.
Ocasião boa para recordarmos o primeiro ano em que os minhotos subiram à divisão principal: 1946-47. E o jogo em que receberam os encarnados, em casa, no velho Campo do Freião, perante uma assistência como nunca se vira até então, com gente dependurada nas árvores e curiosos sentados nos muros vizinhos na esperança de vislumbrar nem que fosse um bocadinho do enorme acontecimento. Domingo: 11 de Maio de 1947. Anos sobre anos anos se passaram entretanto. O futebol não escolhe datas, mas relembra-as. Ou realembramo-nos nós delas. Não que temos a obrigação de o fazer enquanto houver quem quiser saber o que aconteceu na história dos seus clubes.
Sabiam os famalicenses do poder da linha avançada benfiquista: Espírito Santo, Arsénio, Vítor Baptista, Rogério e Claro. Defenderam-se com o seu guarda-redes de nome extraordinário, Sansão, homónimo daquele que tinha a força descomunal que lhe vinha do comprimento dos cabelos. Sansão seria herói, mas um herói triste. Herói batido no fim da contenda, embora intocável no seu orgulho. Dois artistas jogavam nessa equipa do Famalicão: o húngaro Szabo e o argentino Tellechea. Ambos viriam a ser treinadores fundamentais para o futebol português. Ah! Sim. Os famalicenses tinham o brilho das suas estrelas e não prescindiam delas.

Um equilíbrio surpreendente
A vitória do Benfica foi fácil, é preciso dizê-lo desde já para não alimentar especulações descabidas. No final das contas, o Sporting seria o campeão nacional, com mais 6 pontos do que o seu rival de Lisboa e o Famalicão acabaria por descer, remetido ao 13.º lugar da geral, à frente só da Sanjoanense. Aos 8 minutos de jogo do Campo do Freião, Arsénio, o grande Arsénio, saltou para responder ao centro bem medido de Claro e fazer, de cabeça, o primeiro golo da partida. Os da casa perceberam que estavam condenados. Os adeptos encarnados, que eram muitos e barulhentos, convenceram-se cedo da vitória. Mas isto não quer dizer que a competitividade tenha morrido por aí. Havia luta, havia vontade, havia gente capaz de movimentar o espectáculo e encantar quem tinha a sorte e o prazer de a ele assistir.
Cinco minutos. Cinco minutos apenas. Pires faz um passe sensacional para Álvaro Pereira, colocando a bola nas costas de Félix. Pereira correu. OU voou, se preferirem. Era um chamado. Ganhou na vontade e no esforço. No momento bem definido, chegou primeiro do que o guarda-redes Martins, que saíra ao seu encontro. Um grito espalhou-se pelo céu sem pássaros: Golo! Martins, Fernandes e Félix olhavam uns para os outros, desolados. O empate estava feito. Era preciso recomeçar tudo de novo. Como se o jogo ainda não tivesse começado.
Por momentos largos, e equilíbrio manteve-se. Surpreendente. Os rapazes de Famalicão acreditavam como nunca em si próprios, mostravam-se capazes de dominar determinados momentos do jogo, obrigavam o Benfica a depender esforços que não eram adivinháveis. O tempo passava. Mais depressa para os lisboetas, mais devagar para os minhotos. Há sempre vários concepções de tempo. Rogério e Armando lutam por uma bola na entrada da área do Famalicão; Vítor Baptista surge num repente e aplica um pontapé violento e colocado; Sansão estira-se, mas não pode fazer mais do que sentir as redes estremecerem atrás de si. Nova nuvem de bandeiras vermelhas se levanta. Dois minutos mais tarde, o mesmo Vítor Bapti recebe uma bola perfeita de Rogério: desta vez usa mais o jeito do que a força. O resultado é o mesmo: golo.
Entrar na segunda parte com dois golos de desvantagem abalou profundamente os alicerces da equipa da casa. Organizados, tranquilos, os jogadores do Benfica dominam, a partir daí, todas as operações. São mais fortes na defesa, no meio-campo e no ataque. Sobretudo no ataque. Os minutos escoam-se, os encarnados prometem, aqui e ali, mais golos. Cumprem a promessa aos 80 e aos 87 minutos, através de Rogério e de Espírito Santo. Não há forma de minimizar a goleada. Apesar disso, um aplauso agradecido, reconfortante, envolve os jogadores do Famalicão quando se despedem do seu público. Merecem-no. O povo, nas bancadas, não deixa em silêncio o seu esforço e a sua vontade. Ergue-se, de pé, para uma ovação sentida."

Afonso de Melo, in O Benfica

O dia em que Luisão se mascarou de avançado


"Com a tarefa de marcar um dos melhores jogadores do Tottenham, o brasileiro destacou-se no ataque

Antes dos jogos, entre a ansiedade e o convívio, é comum os adeptos tentarem adivinhar o resultado da partida e os marcadores. invariavelmente, a maioria das apostas recaem sobre os avançados, havendo até quem aponte um médio que se aproxime recorrentemente da área. A indicação de um defesa neste entretenimento pré-jogo constitui uma minoria. Apenas os admiradores dos jogadores desse sector são capazes de os indicarem. E às vezes acabam por ter razão!
A 13 de Março de 2014, o Benfica viajou para Londres, para defrontar o Tottenham, numa partida de elevado nível de dificuldade. Os ingleses confiavam no factor casa para conseguir um bom resultado, por se manterem invictos há 11 jogos disputados no White Hart Lane, a contar para as competições europeias.
A imprensa portuguesa ressaltava também a qualidade do ataque dos Spurs, devido às diferentes características dos jogadores, desde a velocidade de Lennon, à qualidade técnica de Eriksen, do pragmatismo de Kane, à capacidade física de Adebayor, apontando o atleta do Togo como a principal referência ofensiva e, como tal, o grande perigo para os 'encarnados'. No entanto, eram perentórios de que o Benfica tinha o jogador perfeito para o conseguir travar: Luisão. Fundamentavam a sua escolha através do excelente registo do brasileiro perante avançados possantes: 'desde que chegou à Luz em 2003/04, o defesa já teve de medir forças com 15 avançados cuja altura é 1,90m ou superior. Só cinco atacantes tiveram a força e o engenho suficientes para escaparem à marcação do brasileiro e baterem os guarda-redes encarnados'.
Incumbido dessa tarefa, Luisão superou as expectativas, anulando completamente Adebayor. Com o condão de brilhar nas partidas decisivas, o defesa foi fundamental para a vitória do Clube por 3-1, numa 'exibição colossal coroada com dois golos'. A imprensa ficou rendida à sua prestação, tecendo rasgados elogios ao capitão: 'foi o melhor defesa e o melhor atacante dos encarnados e só não foi o melhor médio porque é impossível um homem só estar em todo o lado'.
Ao longo das 16 épocas de 'águia ao peito', o 'Girafa' evidenciou-se em vários momentos fulcrais. Recorde-os na exposição temporária Luisão - Dias de Luta, Dias de Glória, no Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Ganhar o futuro


"Hoje é daqueles dias em que as horas e os minutos se sucedem lentamente, enquanto aguardamos pacientemente pelo apito inicial de um jogo do Benfica.
À responsabilidade inerente à importância da partida e à determinação que todos sentimos, a começar pela comitiva benfiquista presente na Grécia, na obtenção do triunfo, acresce, ao jogo, o carácter inaugural de uma temporada que se pretende gloriosa.
Todos acompanhamos o nosso treinador Jorge Jesus na ambição reiterada ontem na conferência de imprensa de antevisão à partida com o PAOK: queremos ser campeões nacionais e ir o mais longe possível nas competições europeias.
A perseguição desses objectivos tem hoje a primeira etapa, frente a um PAOK, orientado por um competente treinador português, que demonstrou ter qualidade na eliminatória anterior, batendo os turcos do Besiktas por 3-1. Para mais logo, às 19 horas, só o cenário de um Benfica vitorioso na Grécia nos interessa e todos apoiaremos certamente, apesar da distância, a nossa equipa.
Pizzi, um dos capitães de equipa, já deu a receita para derrotar o PAOK: "Entrar fortes, concentrados e determinados." E realçou: "A nossa qualidade individual e colectiva tem de vir ao de cima."
A nossa convicção é a de que existe, de facto, muita qualidade, tanto individual como colectiva, na nossa equipa, e o nosso desejo é que esta seja demonstrada em todos os jogos, a começar já hoje frente ao PAOK.
Queremos muito chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões pela 11.ª temporada consecutiva, pois é nessa fase da prova, pelo menos, que um clube com a grandeza do Benfica deve marcar presença todas as épocas. Juntos estaremos mais próximos de consegui-lo.
Um por todos e todos pelo Benfica!"

Cadomblé do Vata (contratações...)


"A temporada do Glorioso começa amanhã. O mercado fecha daqui a 3 semanas. Até à hora de fecho deste texto, o SLBenfica já contratou Helton, Gilberto, Verthongen, Pedrinho, Everton, Waldschmidt e Darwin. 7 atletas, entre eles um internacional belga, outro brasileiro, mais um alemão e duas promessas sul americanas. 82 milhões de euros. Com perspectivas de chegada de mais alguém com créditos firmados.
A menos que LFV tenha uma travadinha até ao fecho da janela de transferências, este será, na teoria (repito, na teoria) o melhor mercado de Verão de que há memória para o SLB. Sem invenções, jogadores prontos a dispensar (voto de confiança Gilberto, voto de confiança) ou oportunidades de negócio (não se sabe bem para quem) para emprestar interminávelmente até final de contrato. Apenas poucos jogadores, mas com currículo que gera expectativas.
Por muito que, na presença do Relações Publicas do Mister, a CMTV insista que JJ está descontente, a verdade é que este não tem razão para tal. Isto, partindo do principio que Vieira não lhe prometeu o Messi ou um investimento de 200 milhões de euros. Nesta caso, Jesus teria razão de queixa... de si próprio por ter acreditado em tal coisa.
O investimento no treinador e no plantel já é recordista e espera-se que venha a aumentar. Com as recentes adições, já é exigível o apuramento para a fase de grupos e é prudente aguardar pela presença garantida no sorteio, para rebentar com outro porquinho mealheiro. Entretanto, não há desculpa para falhar em Salónica."

Modalidades...

Primeira final


"É já amanhã, terça-feira, às 19 horas, que a nossa equipa fará a estreia em competições oficiais na presente temporada, e logo com um embate decisivo. A 11.ª presença consecutiva na fase de grupos da Liga dos Campeões é um dos principais objectivos da época, um feito só ao alcance de Barcelona, Bayern e Real Madrid, além do Benfica, caso consigamos o apuramento.
As condicionantes, derivadas da pandemia, à calendarização motivaram a UEFA a decidir que as eliminatórias de apuramento para o play-off de acesso à fase de grupos a Liga dos Campeões sejam disputadas num único jogo. O sorteio ditou que o Benfica, na terceira pré-eliminatória, tenha de defrontar o PAOK na Grécia.
O PAOK, orientado pelo treinador português Abel Ferreira, foi o segundo classificado da liga grega na época passada, conseguindo o direito de participar nas rondas de qualificação para a liga dos Campeões. Na eliminatória anterior, superiorizou-se ao Besiktas, da Turquia, vencendo por 3-1 na Grécia. Entretanto obteve nova vitória na jornada inaugural do campeonato grego (1-0 frente ao Larissa). Tratar-se-á certamente de um adversário difícil, beneficiando do factor casa, apesar da partida não se disputar com a presença de público nas bancadas.
Jorge Jesus convocou 25 atletas para a deslocação à Grécia. Os oito reforços fazem todos parte da lista e constam, também, sete dos 14 utilizados na partida, em 2018/19, que opôs o Benfica aos gregos, na qual lográmos triunfar por 1-4.
Os bons sinais deixados ao longo da pré-temporada pela nossa equipa, ao alcançar o pleno de triunfos nas oito partidas disputadas, e o esforço feito de renovada ambição no reforço do plantel, contribuem para o nosso optimismo para o jogo de amanhã, embora tenhamos consciência de que, no outro lado, estará também um bom adversário que, por certo, se apresentará bastante motivado. O vencedor apurar-se-á para o play-off de acesso à Liga dos Campeões, onde defrontará os russos do Krasnodar."