"Bruno de Carvalho e Jorge Jesus frente a frente. No meio, um tabuleiro de xadrez. Estão ambos os jogadores muito concentrados. Percebem que o próximo movimento é particularmente importante. Jesus aguarda, com natural expectativa, o movimento de Bruno. O presidente não tem pressa. Quer jogar pela certa. Ele sabe que peça que movimentar irá decidir este jogo tão complexo.
E é exactamente assim que as coisas estão em Alvalade. Não é verdade que Jorge Jesus tenha colocado o adversário em xeque. Ele limita-se a tentar perceber a estratégia. Saber se alguma coisa de significativo mudou. Uma coisa é certa: Jesus tem algumas dúvidas sobre se ainda estão do mesmo lado do tabuleiro. Não sabe se ainda vão ter de jogar um contra o outro. Espera que não.
Fora da sala, a expectativa cresce e as informações cruzadas assobiam como balas. É preciso todo o cuidado para não alterar a verdade do jogo.
Nenhum dos jogadores tem feitio para abandonar o jogo a meio. Alguém vai ter de assumir o que por aí vier, sabendo-se que no tempo presente a maior probabilidade é a de Jorge Jesus continuar o projecto-Sporting.
Jesus continua, no entanto, pacientemente à espera da próxima jogada de Bruno, mas acredita que não seja agressiva. O facto do presidente ter movimentado bispos e torres para enviar mensagens de paz e de sossego foi apreciado pelo treinador e levou-o a pensar que tudo acabará em bem.
Lentamente, o jogo desenrola-se. Falta, porém, a jogada final e essa só pode pertencer a Bruno de Carvalho. Pelo que indicam os sinais, acaba em paz. Até à próxima guerra."
Vítor Serpa, in A Bola
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