"Somos grandes e somos gratos. Mas, relativamente ao impressivo negócio da semana, com toda a franqueza, eu não sei onde - do estrito ponto de vista do nosso Benfica - estará, de facto, a maior virtude: se, na cabeça e nos pés do jovem jogador (e da sua família); se, na carteira (e nos planos) do clube comprador; ou se, no virtuosismo de gestão desportiva do nosso Presidente. E - embora tendo nós muitas outras históricas razões para nos gabarmos... - ou muito em engano, ou creio bem que, mais uma vez, os méritos voltam a residir todos (mas todos, mesmo!) no portefólio das soluções que Luís Filipe Vieira soube criar para melhor defender e gerir o Benfica do futuro.
Claro que agora, aí temos já no passeio público, para deliciado regalo da nação benfiquista, a vergonhosa procissão dos humilhados que costuma sair, pungente, dos adros das televisões, das rádios e dos jornais para percorrer as ruas da amargura antes de se encontrar na praça das misérias ético-moralistas, com o coro dos despeitados e com a orquestra dos invejosos, para mais uma disfonia daquelas... à maneira, sempre que é a vez em que o Benfica ganhe!
O Benfica voltou a ganhar. Inquestionavelmente. Ganhou em vários tabuleiros. E é justamente por se verificar que estas circunstâncias em que o Benfica vai ganhar se estão a tornar mais reiteradas e frequentes, que elas se revelam também progressivamente, mais insuportáveis para esses humilhados, despeitados e invejosos.
No que diz respeito à espectacular transferência que se anuncia em grandes parangonas por todo o lado, pelos vistos, o clube espanhol terá decidido arriscar (de resto, tão corajosamente como o próprio jogador e os seus representantes...), o Benfica ganha inquestionavelmente, acima e abaixo e à direita e à esquerda, por cinco ordens de razões:
a) mantém com absoluto rigor os termos contratuais, quanto ao valor de uma cláusula de rescisão tida por inatingível;
b) assegurá o recebimento da quarta ou quinta mais elevada quantia de uma transferência, em toda a história do futebol;
c) confirma de modo drástico a credibilização do seu campus de formação de jogadores;
d) eleva severamente o patamar de valor mercado genérico atribuível aos seus activos;
e) pôde propor um novo protagonista português com dimensão universal, para o futebol do séc. XXI.
Agora, não faltarão - fora e dentro do nosso Clube - aqueles incrédulos de há poucos dias, a terem de engolir os pessimismos que vomitavam: mas não deixarão de ser também eles, os primeiros a pretender iludir a visão que Luís Filipe Vieira demonstrou, com um formidável golpe de asa em 5 de Novembro do ano passado, ao anunciar a renovação das condições contratuais do jogador, dobrando-lhe a cláusula de rescisão, de sessenta para os tais impensáveis centro e vinte milhões de euros.
O que impressiona é que Luís Filipe Vieira toma a decisão quando, nessa altura, o mais jovem atleta do plantel, à nona jornada da Liga, levava apenas centro e cinquenta e seis minutos corridos e dois golos marcados, em duas partidas como titular da equipa.
João Félix agora vai sair, não é? Pois, mas felizmente podemos afirmar que, afinal, o Benfica fica ainda mais consolidado: nós ficamos com Luís Filipe Vieira."
José Nuno Martins, in O Benfica
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