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quinta-feira, 18 de julho de 2024

'Y Viva España!'


"Nas principais modalidades, aquelas que captam a atenção mediática à escala global, Espanha tem nesta altura sempre uma palavra a dizer. Espanha investiu no desporto sem complexos e é hoje uma potência mundial

No domingo não foi apenas o Campeonato da Europa de futebol. Aliás, desde há muitos anos que não é apenas o futebol. E no domingo, além de Espanha se sagrar campeã da Europa pela quarta vez (1962, 2008, 2012 e 2024), o que faz dela a maior de todas nesta competição – Alemanha com três títulos e Itália e França ambas com dois seguem-na agora –, foi também Carlos Alcaraz a revalidar o título em Wimbledon, feito que o grande Rafael Nadal também alcançou em 2008 e 2010, curiosamente anos em que abriram caminho à era dourada da seleção espanhola de futebol – desde essa altura, ano de vitória no torneio de ténis inglês é também ano de festejo em grande competição no futebol.
Mas como dizia, no domingo não foi apenas o Campeonato da Europa de futebol. Aliás, desde há muitos anos que não é apenas o futebol. Nas principais modalidades, aquelas que captam a atenção mediática à escala global, Espanha tem nesta altura sempre uma palavra a dizer. Carlos Alcaraz, vencedor de Wimbledon 2024 No basquetebol – com o devido desconto dos Estados Unidos, que quase sempre apresentam equipas secundárias e mesmo assim são o país com mais títulos (5) –, apresentam-se como candidatos e de 2006 para cá conquistaram dois títulos mundiais (o outro foi em 2019). No andebol, são também dois títulos mundiais todos já neste século (2005 e 2013). Em alturas de Tour, impossível passar ao lado das cinco vitórias de Miguel Indurain e de mais vencedores espanhóis da maior volta do mundo: em França, de 1988 para cá, celebraram também Pedro Delgado, Óscar Pereiro, Alberto Contador e Carlos Sastre. Já para não falar do desporto motorizado, da Fórmula 1 ao Moto GP…
No feminino os sucessos do desporto espanhol também são enormes e o Campeonato do Mundo de futebol, que teve lugar em 2023 na Austrália e na Nova Zelândia, é disso o último grande exemplo.
Acrescente-se a isto o facto de as ligas espanholas serem das melhores do mundo, como La Liga no futebol ou a Liga ACB no basquetebol, para muitos a que vem logo a seguir à NBA – basta ver as transmissões para se ter a noção com o nível de jogo, dos jogadores, dos pavilhões e do ambiente que se vive – e não é exagero dizer que Espanha é nesta altura uma potencia desportiva mundial. A organização dos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, levou a um investimento que não se traduziu apenas nas 22 medalhas conquistadas nessas olimpíadas (13 de ouro, sete de prata e duas de bronze) mas num legado que desde então colocou Espanha no topo do desporto mundial, nas infraestruturas, na organização, na maneira de ver o desporto pela sociedade e pelos governantes, nacionais e regionais, e nas vitórias.
No domingo, não foi apenas o Campeonato da Europa de futebol a celebrar a melhor equipa, a que melhor futebol praticou, a que não teve pejo em apostar nos mais jovens se os mais jovens eram os melhores, a única que realmente mereceu ganhar. No domingo, a vitória foi de toda (e mesmo toda sem divisões) a Espanha. Na que investiu no desporto como setor tão válido e importante como outro qualquer, da indústria à agricultura… Y olé!

SELO DE GOLO
O Tour entrou na última semana e com João Almeida na 4.ª posição, na missão de ajudar Tadej Pogacar a chegar a Paris na liderança. O esloveno é de outro planeta mas o nosso João mostra que é dos melhores deste. Talvez um dia…"

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