"Na época 2017/18 o sindicato dos jogadores elaborou um levantamento dos futebolistas portugueses a jogar na Europa. Chegou à conclusão que em 25 países actuavam 281 jogadores elegíveis para representar Portugal. Cerca de 11 plantéis com 25 elementos. Em sentido contrário estava o número de jogadores nacionais a actuar na Liga portuguesa. Estes movimentos, próprios da globalização, mas não só, também de alterações a partir do processo Bosman, implicam que todos estejamos sintonizados para que o talento dos jovens futebolistas portugueses possa ser potenciado. Na verdade, o interesse é de todos, clubes, associações distritais, patronais ou sindicais, Liga ou Federação. Contratar jogadores a clubes portugueses tem sido, nos últimos anos, uma regra constante por parte dos clubes europeus. Regra que todos queremos que se mantenha, de forma a poder financiar a actividade da célula base do processo, os clubes. Mas, também as selecções nacionais têm uma grande relevância nestes movimentos. O seu sucesso é o do futebol nacional. Neste sentido, das medidas tomadas com esse objectivo, destaco duas. O regresso das equipas B e o aparecimento do campeonato sub-23. As alterações ao modelo competitivo das diversas provas, bem como a limitação do número de jogadores por escalão/ competição, são instrumentos que merecem atenção para aumentar o equilíbrio e competitividade. Este é um grande desafio, que nenhum dos intervenientes pode pensar em vencer de forma isolada. Alguns exemplos passados demonstram bem que estes processos de reforma se fazem numa negociação alargada a todos os agentes. Não se fazem por imposição, pelo contrário, integram-se todos numa solução de grande amplitude. Haja bom senso para chegarmos a bom porto."
José Couceiro, in A Bola
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