"No recente Juventus-Real Madrid (0-3) foram assinaladas 30 faltas (14+16), número que nos parece elevado para o histórico da Liga dos Campeões.
Já nas primeiras 28 jornadas da nossa Liga (252 jogos), os 22 árbitros portugueses – que até são acusados de apitarem com muita frequência, afectando o ritmo do jogo –, marcaram 8.271 faltas, média de 32,8 por desafio, pouco mais do que naquele duelo de alto nível europeu.
Estes dados servem de aperitivo às análises que iremos fazer sobre o que observámos em muitos anos a ver futebol (e bem menos a jogar, há que confessá-lo…), seja nas faltas que nunca são assinaladas, as que raramente o serão, as atitudes que não são falta mas dão direito a cartão amarelo, o benefício do infractor e também aquelas que os árbitros frequentemente marcam ao contrário – no nosso modesto entender, obviamente.
Começamos pelas situações de jogo perigoso, em que o julgamento se nos afigura não ser, muitas vezes, o mais correcto.
No caso de a disputa ser com os pés, a falta será do jogador que movimenta a perna de cima para baixo, vulgo "patada"; no caso de ambos o fazerem, haverá que considerar quem chegou primeiro ou o fez de forma mais violenta; se ambos jogaram a bola em movimentos de baixo para cima, não deve ser marcada falta e o jogo prosseguir.
Na disputa de pés e cabeça, constatamos que normalmente é penalizado o jogador que utiliza os pés; o que nem sempre estará correcto, porque a bola não deve (nem pode) ser disputada com a cabeça ao nível da cintura (ou abaixo dela), onde o jogo de pés tem prioridade absoluta; neste caso, o faltoso será o jogador que correu riscos desnecessários com a cabeça.
Nesta situação e arriscando o contraditório – pois também concordamos que foi um "hino ao futebol" – há que analisar friamente aquele pontapé de bicicleta do Cristiano Ronaldo no Juventus-Real Madrid.
A bola foi rematada com o pé a 2,38 metros do solo, bem perto da cabeça do defesa Sciglio, que também saltou bem alto e estava na jogada, só se retraindo no último momento para evitar lesão grave.
Era uma pena ter sido anulado um golão daqueles, mas se houvesse VAR…"
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