"O Sporting vive momentos de grande conturbação.
Não restam dúvidas de que estes últimos dias foram vividos sob o mau signo para as bandas de Alvalade. Primeiro foi a assembleia geral nada pacífica realizada no pavilhão João Rocha; seguiu-se o jogo com o Estoril, um rude golpe nas aspirações leoninas, a ausência maciça dos responsáveis do clube nesse encontro da Amoreira e, para fechar de forma também desastrada, a comunicação do presidente aos sócios, ontem à tarde no estádio José Alvalade.
Tudo somado, e não é pouco, reflecte na perfeição o momento de grande perturbação que se vive para aquelas bandas, perfeitamente evitável, sobretudo numa altura em que os atletas leoninos vinham de conquistar mais dois títulos europeus de corta-mato, e em que a equipa de futebol enfrentava uma prova de fogo susceptível de poder atenuar os tempos pouco fáceis que se avizinham.
Não obstante tudo isto, que é mesmo muito, Bruno de Carvalho mandou isso às urtigas e desatou numa corrida desenfreada contra o precipício. Ou, como diz a lenda, à beira do precipício resolveu dar um passo em frente.
Num discurso estilo castrista, que durou uma hora, dividiu as suas ideias em dois sentidos: vitimização e chantagem.
Dizendo-se perseguido por todos, pessoas individuais e grupos (alguns nem sabíamos da sua existência) disparou em todas as direcções, recuando até 1906 (ano da fundação do SCP), ano em que, reforçou, surgiu o primeiro “grupelho” a fazer o jogo dos contras. Não escapou ninguém no âmbito interno, mas sobre os adversários externos faltaram-lhe as palavras.
Chantagem ao fazer o anúncio de nova Assembleia Geral e com ele colocar os sócios entre a espada e a parede, na presunção de que estes, para evitar mal maior, venham a escolher a parede.
Sendo essa nova reunião magna no próximo dia 17 significa que poderemos vir a ter mais dez dias de folclore, com a abertura de novas frentes de palavroso combate.
O Sporting não merece isto, e a situação actual do seu futebol em nada o recomenda.
Veremos então se o bom senso e a lucidez se apoderam daqueles que se têm encarregado de promover a desestabilização, com o presidente do clube à cabeça, ou se preferem continuar a deitar gasolina na já incandescente fogueira."
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