"No dia 16 de Abril de 2004, na véspera de dirigir um FC Porto - Beira - Mar, o árbitro Augusto Duarte visita a casa do presidente portista, homem que acaba de falar de determinadas bandalheiras que considera inaceitáveis. O termo é bem definido no dicionário. E certamente muito subjectivo.
Curioso que o presidente do FC Porto, homem que andado a bater com os costados em todos os tribunais do país como arguido de tudo e mais alguma coisa, o que me levou a apelidá-lo um dia de Campeão Nacional dos Arguidos do Futebol Português, algo que o irritou sobremaneira, pelos vistos, já que tratou de me levantar processos bacocos que podem ter sido levados a sério por alguns juízes mais submissos e louvaminheiros de Gaia e do Bolhão mas não passaram pela exigência do Tribunal Europeu, venha de um dia para o outro a falar de bandalheiras.
Aceitamos que bandalheira é um termo subjectivo.
Cada um terá a sua noção de bandalheira, e eu também tenho a minha.
Trago hoje aos meus pacientes leitores, a minha visão muito pessoal do que é uma bandalheira.
E recuo, para isso, alguns anos.
No dia 16 de Abril de 2004, os inspectores da Polícia Judiciária Jorge Melo, Leonor Brites e Novais e Sousa, escrevem no seu relato de diligência externa: 'Pretendeu-se com essa acção confirmar um encontro marcado pelo suspeito António Araújo com o árbitro de futebol Augusto Duarte e com o dirigente Jorge Nuno Pinto da Costa. Esse encontro foi percebido pelas sessões 9281 e 9318 do alvo 1A602, atribuído a Pinto da Costa, e das sessões 8001, 8046, 8188, 8190 e 8193 do alvo 23603.
Por volta das 21h45, o suspeito António Araújo entrou para o seu automóvel, tendo arrancado a grande velocidade, não sendo possível seguir no seu encalço. Nessa altura são efectuados dois contactos entre este e Augusto Duarte, sendo que no primeiro António Araújo ainda se encontrava no restaurante, e no segundo telefonema o árbitro diz que já está junto à igreja das Antas. O suspeito António Araújo termina esta segunda chamada dando a entender que está quase a chegar. Note-se que nas conversas entre estes dois existe a preocupação de não referirem pormenores muito esclarecedores. Pelas 22h18 é efectuado um telefonema pelo Araújo a Pinto da Costa, com a duração aproximada de 6 minutos, a informar que já tinha entrado para a estrada que dá para a praia da Madalena, V. Nova de Gaia, mas que não se recordava bem do caminho. Pinto da Costa dá uma informação pormenorizada do caminho para sua casa, que foi seguida a dizer que já estava a avistar a casa do seu interlocutor.'
Como vêem, há de facto bandalheiras que dificilmente não entram na concepção da palavra bandalheira, tal como surge no dicionário de sinónimos: safadeza, negociata, velhacaria, canalhice, pouca-vergonha.
Esta é uma delas.
'Face a esses elementos, as equipas desta polícia seguiram para o local, onde chegaram por volta das 22h50, constatando-se que frente à moradia indicada por Pinto da Costa da estava estacionado o automóvel de António Araújo. Foi montado novo esquema de vigilância. Por volta das 23h45 saíram dois indivíduos e entraram na viatura estacionada frente à residência em causa, para o lugar do condutor o próprio Araújo e para o lugar do lado um homem que apresentou ser o árbitro Augusto Duarte. Seguiram para o cidade do Porto e, por volta das 00h10, numa artéria ao lado da igreja das Antas, o automóvel parou para deixar sair o passageiro que entrou num automóvel que se encontrava ali estacionado, de marca Ford, modelo Focus Wagon, e matrícula 22-71-QH. Os dois automóveis seguiram em direcções diferentes, terminando-se aí a vigilância.
Foi efectuada pesquisa nos ficheiros informáticos desta polícia, apurando-se que o Ford Focus está registado em nome de Augusto José Bastos Duarte.'
Os investigadores acabavam de testemunhar um dos momentos mais polémicos de toda a história do futebol em Portugal.
Augusto Duarte seria o árbitro do próximo encontro disputado pelo FC Porto, frente ao Beira - Mar, no dia 18 de Abril. E, como se provava, não se coibia de visitar o presidente desse clube em vésperas de tal acontecimento.
Bandalheira: eis uma palavra brilhante para definir a visita de um árbitro a casa do presidente de um clube com tantos interesses à mistura."
Afonso de Melo, in O Benfica
Caramba esse senhor e de uma imoralidade que nao tem limites,dizia outro dia queremos um futebol limpo que falta de pudor e preciso nao ter vergonha nenhuma na cara para dizer uma barbaridade dessas pois segundo as escutas ele foi uma das maiores bandalheiras do futebol Luso.
ResponderEliminarÉ assim mesmo grande Afonso de Melo!
ResponderEliminarCoisas como esta é que deveriam constar de programas da BTV e não as chachadas do programa Chama Imensa...que ruiu em promessas...
Viva o Benfica!
Lista do crimes públicos de Pinto da Costa:
ResponderEliminar* Instigação pública a um crime
* Apologia pública a um crime
* Associação criminosa
* Incitamento à guerra civil ou à alteração violenta do Estado de direito
* Incitamento à desobediência colectiva
* Ultraje de símbolos nacionais e regionais
* Tráfico de influência
* Usurpação de funções
* Falsidade de depoimento ou declaração
* Falsidade de testemunho
* Favorecimento pessoal
* Branqueamento de capitais
* Violação de segredo de justiça
* Corrupção passiva para acto ilícito
* Corrupção passiva para acto lícito
* Corrupção activa
* Ofensa à integridade física simples
* Ofensa à integridade física grave
* Ofensa à integridade física qualificada
* Ofensa à integridade física por negligência
* Violência doméstica
* Ameaça
* Coacção
* Tráfico de pessoas
* Tráfico de droga
* Tráfico de marfim
* Lenocínio
* Difamação
* Injúria
* Fuga ao Fisco
* Falsificação de documentos