"Uns há que, comprando atletas Às furgonetas com que foram enchendo a despensa em três épocas seguidas e exaurindo-se nas ilusões e promessas do costume, se aproximam agora, cada vez mais, do inevitável abismo financeiro; outros há que, anos a fio enrolados em sucessivas embrulhadas de gestão económica e desportiva, hoje estão pendurados na vergonhosa forca da falta de fair play.
No clube do Campo Grande, apesar da necessidade e de desesperados esforços, não estão a conseguir colocar no primeiro mercado das grandes ligas europeias um só que seja dos monos e dos 'campeões' em causa alheia que lhes estão a esvaziar o cofre, tornando ainda mais etérea a nuvem da fantasias.
Em Contumil, por seu turno, socorrem-se dos restos de um passado império estruturado sobre as estacas de corrupção e de paroquiais vanglórias, para tentar apanhar o comboio de uma inalcançavel modernidade e, com o objectivo de esconder as verdadeiras misérias, dedicam-se a outrora impensáveis pactos com o diabo.
Estão mesmo parecidos uns com os outros, no acasalamento de conveniência. Ganharão alguma coisa com isso? Creio que não. E o que nós temos de fazer é continuar a ignorar olimpicamente os seus problemas e a fortalecermo-nos antes, com segurança dos nossos projectos, com a inteireza dos nossos critérios e com a alegria das nossas vitórias. Que nunca nos falte nem a objectividade, nem o realismo. E, mesmo perante a constante deslealdade dos nossos piores adversários, quanto mais humildes formos - como os nossos atletas, técnicos e dirigentes estão a ser em todos os desafios que disputam -, mais certamente prosseguiremos no fantástico caminho das vitórias que vivemos e que representam o histórico desígnio do Benfica."
José Nuno Martins, in O Benfica
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