"Na semana que agora acaba, algumas pessoas ficaram chocadas com a linguagem de um árbitro de futebol durante um jogo da segunda divisão. Parece que o vernáculo utilizado foi excessivo, dizem. Esta gente indignada exige consequências. Querem ver o árbitro castigado e parece que também estão interessados num pedido de desculpa porque o juiz terá mandado o guarda-redes de uma das equipas para o trabalho. Para o trabalho dele, que era defender um livre.
Esta é a gente que não se indignou quando o actual presidente da Liga de Clubes validou um lance em fora de jogo que permitiu ao FC Porto chegar a um campeonato. São os mesmos que vêem vapor onde se fala de cuspo e que não se importam quando o presidente do seu clube se refere ao aniversário da colectividade que dirige como se de uma meretriz se tratasse. Ou quando a mesma personagem manda para um sítio malcheiroso aqueles que não pensam como ele. Ou quando um determinado director de comunicação castigado vai para o Facebook marrar no vermelho.
São estes indignados do trabalho (de Jorge Sousa) que pensam que são diferentes. Não se chocam com comentários mal-intencionados de dirigentes da Liga em relação ao Sport Lisboa e Benfica. Não se chocam com a utilização abusiva de informação pessoal recolhida de forma ilegal. Não vertem uma lágrima - nem de crocodilo, nem de osga ou de lagarto - pelas figuras tristes que fazem todas as épocas nas competições europeias, mas não conseguem conter a avalancha verbal quando ouvem um árbitro a tratar um jogador de forma mais agressiva.
Nem imagino o que diriam estes indignados se um jogador do seu clube mandasse o treinador da sua equipa tomar no... um copo, tomar um copo."
Ricardo Santos, in O Benfica
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