"Sporting: frustrantes 2 derrotas com este dizimado Dortmund! FC Porto venceu, mas não se galvanizou. Benfica perdeu Fejsa, nada menos que a sua trave mestra!
A 2.ª volta da Champions começou bem para Benfica e FC Porto e com novo mau resultado sportinguista (saldo lusitano: apenas 5 vitórias ao cabo de 12 jogos...). O Sporting tinha de ganhar em Dortmund, jogou bem, mas perdeu... Jorge Jesus inovou com 3 defesas centrais, golo à parte até funcionaram a preceito - Paulo Oliveira era, até época e meia atrás, a minha maior esperança de novos portugueses nesta função; mas Jesus aposta em defesas mais altos -, e, na 2.ª parte, viu-se avalanche em busca de empate. Sporting quase fora da Champions. Sorteio logo apontou a isso, mas fica agora forte frustração: duas derrotas com sub-Dortmund, tão dizimado por onda de lesões, apenas 6.ª na Bundesliga, com uma vitória nos últimos 7 jogos... O Sporting tinha obrigação de ultrapassá-los!
FC Porto-Benfica já de seguida! Sob tal prisma que disse esta jornada da Champions? FC Porto venceu Brugge, subiu ao 2.º lugar - jogo chave em Copenhaga -, perdendo, porém, grande oportunidade de se galvanizar para o próximo domingo. Timidez ofensiva em mais uma exibição oscilante. Na Luz, noite doce/amarga para o Benfica. Doce porque este êxito era imprescindível rumo a qualificação para a fase seguinte. Ficou bem mais possível, mas nada terá de fácil ir a casa do Besiktas e receber Nápoles. Outro triunfo é imperioso. Sim, dois empates não deverão bastar... - altíssima probabilidade de italianos e turcos vencerem um Dínamo de Kiev que, tendo falhado na Luz a derradeira hipótese de continuidade na Europa, decerto se concentrará em pleno na defesa do seu título ucraniano.
Noite também amarga para o Benfica: lesão de Fejsa é tremenda baixa na semana de confronto com o FC Porto. Fejsa, tão-só, o jogador mais difícil de substituir para despique de tamanha importância! É ele a trave-mestra do rigoroso equilíbrio da equipa a partir do meio-campo na solidez de bem defender com rápida e eficaz recuperação da bola. Nenhuma outra ausência tanto preocuparia Rui Vitória nesta altura. Sem Ederson, Júlio César. Sem Nélson ou Grimaldo, André Almeida ou Eliseu (embora nada igual...). Sem Luisão ou Lindelof (que defesa-central está este menino!), e mantendo-se Jardel inoperacional, Lisandro. Sem Salvio ou Cervi, Gonçalo Guedes num flanco. Mesmo sem Pizzi (ui, tratando-se do actual maestro!...), regresso de André Horta, ou, noutro esquema, Samaris devolvido ao seu lugar de origem: n.º 8. Sem Fejsa... problemão! Samaris adaptou-se a n.º 6 porque teve de ser, quando Jorge Jesus perdeu Matic; mas tem insuficiente ritmo, sobretudo agora ao vir de lesão. Celis parece ser dali; só que ainda mais insuficientes foram os seus testes no Benfica. Polivalente André Almeida como n.º 6 no Dragão? (ritmo também afectado por recente baixa clínica). Danilo seria a melhor alternativa...; mas apresenta dois senões; muito tempo lesionado, quase não jogou; e, ao que se sabe, Rui Vitória tem andado a prepará-lo para se tornar... n.º 8.
Quiça ausência de Fejsa implique mexer na equipa também com alteração táctica... Se Rui Vitória, há uma semana, tivesse dúvidas sobre que Benfica no Dragão (mais ou menos defensivo), ela terá desaparecido com empate portista em Setúbal. Vantagem de 5 pontos, Benfica descontraído, táctica e 'onze' inalteráveis. Porém, sem o pilar Fejsa, eventual tentação de reforçar o meio campo poderá passar a... necessidade. Do habitual 4-1-3-2 para 4-2-3-1? Samaris, André Almeida, Danilo... dois deles imediatamente à frente do centro defensivo, avançado Pizzi para n.º 10, com saída de Cervi e mudando-se Gonçalo Gudes para a esquerda atacante?
E que FC Porto no seu inadiável tudo por tudo do próximo domingo? Provável decisão de Nuno Espírito Santo por puros extremos, Corona e Brahimi (pelo menos um deles), em vez de quatro puros médios, como tem sido corrente, tendo se ser os excelentes defesas laterais Layun e Telles a imprimir profundidade defensiva pelos flancos.Óbvio: é do FC Porto a muito maior obrigação de arriscar, atacando a fundo e logo de início.
Também no confronto táctico - aliás, desde logo aí - se espera jogão!"
Santos Neves, in A Bola
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