"Encontro-me entre aqueles que tiveram uma reacção céptica à decisão do Benfica de não vender os direitos dos jogos. Da mesma forma que me parecia necessário romper com a estratégia negocial imposta há décadas por Joaquim Oliveira, também tinha dúvidas quanto à possibilidade de uma televisão de um clube emitir jogos 'prime'. No Mundo inteiro, não havia um único clube relevante, numa única modalidade, com este modelo de negócio - por alguma razão seria. O Benfica estava entre a espada (o monopólio da intermediação da PPTV) e a parede (não tinha alternativa para além de ficar com os direitos).
Dois anos passados, a estratégia de que tantos duvidaram revelou-se um sucesso. A solução encontrada não era para durar e transformou-se numa arma negocial muito eficaz. Agora, com a renegociação dos direitos, o Benfica fez três remates certeiros. Um hat trick que deixa os adversários muito preocupados.
De uma assentada, o Benfica aumentou o valor de referência dos direitos dos jogos, acabou com a intermediação e fez abortar o projecto de centralização. Ganhou em três campos.
O mais importante talvez até nem seja o valor acordado coma NOS, mas as implicações do contrato no negócio das transmissões televisivas. Doravante, os produtores de conteúdos (os clubes), poderão passar a negociar directamente com os distribuidores, sem uma intermediação que viciava o futebol português. Já a centralização de Pedro Proença morreu antes de nascer.
É caso para dizer. 'chapeau', presidente."
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