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quarta-feira, 31 de julho de 2024

Benfica – reflexões de pré-epoca!


"Estamos no início da época desportiva de futebol profissional 2024/25 e a exibição na Eusébio Cup deixou todos os benfiquistas a sonhar com mais uma época ao mais alto nível, depois de algumas exibições contraditórias. Bastou uma exibição mais pálida ante o Brentford, em que apesar de algumas fases francamente boas, qual prenúncio do que se viu contra o Feyenoord, para de imediato surgir a conturbação adormecida que espera ansiosamente o momento para se libertar.
Somos todos inquestionavelmente benfiquistas, pese embora a verbalização da nossa fé. Mas enquanto uns clamam que as vitórias são o mais importante até nestes jogos e ao mais ínfimo pretexto, indiferentes ao ruído que podem causar, saltam a tecer comentários depreciativos sobre a equipa e sobre a incapacidade do treinador e suas teimosias quantas vezes, na realidade, inexplicáveis para todos, outros defendem que é precisamente nestes jogos que há que testar e fazer experiências que durante a época não se podem fazer.
Para já, uma coisa é certa: começámos com Schmidt a treinador! Ou porque sim (a Administração acredita no profissional), ou porque não havia outro remédio (a Administração não tinha dinheiro e/ou espaço nos prejuízos já de si agravados de 2023/24 para o despedir). Os meus círculos mais próximos sabem que eu alinho pela alternativa de reconhecer a sua competência e, com tantos adversários "a jurar pela nossa pele", quaisquer contestações mais ou menos inflamadas, só ajudam a destabilizar. Deixem lá Schmidt construir o plantel, fazer opções sobre quais os jogadores para enfrentar uma época de mais de 50 jogos, deixem lá a equipa consolidar e assimilar os novos ou antigos processos e… apoiemos os nossos, em vez de alegrarmos os nossos adversários a assistir "de cadeirinha" ao digladiar interno.
Para já, a imprensa assegura que João Neves vai até Paris possibilitando encher os cofres do Benfica que anualmente tem de suprir o seu "gap" financeiro estrutural (uns 60 M euros?) com estas transações, infelizmente na linha de tantas a privilegiar a vertente financeira em detrimento da valia do plantel, como a de Renato ou João Félix, sem esquecer Bernardo, G. Ramos, Cavaleiro e diversos outros. Então a propalada oferta de renovação feita ao João Neves (a ser verdade) que compara com outros ordenados bem chorudos, parece um autêntico convite à emigração do jogador, corroborando a convicção de que os cofres andam bastante em baixo e tudo isto sem se percecionar qualquer racionalização de custos.
Sobre o plantel, aguardemos mais uns dias porque ainda está longe de estar estabilizado. Seguramente irá haver mais algumas saídas e não farei futurologia sobre quais, mas quaisquer ofertas que apareçam sobre determinados jogadores seguramente ajudariam (i) Schmidt a clarificar o seu núcleo duro e (ii) a rechear os cofres/baixar custos, vendendo quem certamente pouco irá acrescentar durante a época. Com tantas incertezas, entretanto, Rui Costa e Schmidt decidiram de forma extemporânea perorar sobre o "estado da nação", seguramente ansiando tranquilizar os Sócios, mas com considerações desnecessárias. Fiquei surpreendido pela inoportunidade destas comunicações e atrevo-me a dizer que talvez fosse preferível aguardar uns tempinhos até se ter uma melhor visão e maiores certezas do que iremos ter para a época.
A verdade é que, na sequência de uma época desportivamente perdida, nada surpreenderia que este defeso fosse bem turbulento. Ou por causa do Europeu ou porque os Sócios quiseram ir a banhos, este período de transição entre duas épocas até foi bem mais calminho do que se poderia imaginar. Quase ninguém falou da realidade que a todos os benfiquistas deveria preocupar, ou seja, qual será o resultado económico da SAD em 2023/24 sem vendas de jogadores em junho, a indiciar que o ano irá fechar com grave prejuízo (o lucro apresentado no 1º semestre foi de 18 M euros, para o que contribuiu significativamente o lucro de 56,9 M euros da venda de atletas – G. Ramos, em particular). Fazendo contas "de merceeiro", qualquer um diria que o montante do prejuízo do ano pode atingir os 20 ou 30 M euros!
No entanto, como disse Jaime Antunes em recente entrevista, o prejuízo num exercício pode nem ser grave se os exercícios vindouros permitirem a sua recuperação (por estas ou outras palavras). Aqui precisamente reside o busílis da questão: o futuro e a capacidade de juntar resultados financeiros aos desportivos e vice-versa. Uma inopinada entrevista que até se entenderia se ele tivesse assumido o lugar de Luís Mendes (que se demitiu em vésperas das assembleias gerais de 15 de junho) que inexplicavelmente aguarda ser substituído nesta função crucial na Administração da SAD. Assim, apesar de diversas mensagens apaziguadoras, algumas até bem controversas face ao seu passado oposicionista, muitos ficámos sem perceber o objetivo da mesma, mas o tempo certamente virá clarificar a sua oportunidade.
Mas, neste defeso, algo deveria ter sido dito pelos dirigentes do Benfica sobre as amadoras, em que a época 23/24 ficou marcada por imensos sucessos no desporto feminino e alguns no masculino. Vemos enormes mudanças nos plantéis de algumas delas e o comum dos sócios e adeptos não percebe muitas das saídas que até podem ter uma explicação lógica. Pelo meio, no hóquei, vimos sair Nicolia e em vez de ter ao seu lado Rui Costa a homenageá-lo após 10 anos de enormes serviços ao Benfica, sentimos que sai pela "porta dos fundos". Também ouvimos Paulo Moreno, após uns 16 anos de Benfica tecer alguns comentários sobre a mentalidade dos atletas do andebol, que parecem mais turistas de desporto do que atletas profissionais. Não acham que está no momento de se dizer algo, ou a opção é esperar que todos esqueçam? 
Voltemos ao futebol, fazendo figas para que o início da época corresponda aos anseios de todos os benfiquistas. Porque depois da demissão de Luis Mendes, Rui Costa ficou claramente mais frágil. Agora, saiu Gustavo Silva, líder do Departamento Jurídico. Estamos de fora, desconhecemos as razões, mas sabemos que entrou pela mão de Luis Mendes e enquanto lá esteve terá reestruturado alguns contratos na área jurídica. A pergunta que fica: os lugares ocupam-se em função da competência ou das amizades internas?
Na altura da saída de Luis Mendes, escrevi que Rui Costa poderia (deveria) ter tido a iniciativa de ir para eleições e recompor as suas listas com novas gentes. Recentemente, Mauro Xavier, em entrevista que prenuncia uma candidatura, disse o mesmo. Como sabem todos os líderes, há momentos para "ficar quietinho" e outros em que o agir é fundamental para o futuro. Assim, como estamos, tudo depende do sucesso do futebol no princípio da época, dado que se correr "menos bem", Rui Costa poderá ver o seu eletivo ruir como um baralho de cartas!

PS. O Benfica no seu futebol TEM de ter uma estrutura altamente profissional. Pergunto: quem autorizou a equipa profissional do Benfica a jogar em Águeda? Porque Pavlidis poderia, na sua queda, ter fraturado a espinha nas escadas para um balneário subterrâneo junto à linha lateral. Mas como correu tudo bem com "apenas" um dedo fraturado, siga…"

1 comentário:

  1. O assalariado a justificar o que ganha no rascord com a cereja no topo do bolo que é o PS. PS esse que é um misto de imbecilidade e de falta de honestidade intelectual.

    Miguel

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