"Duas manchas bem definidas no mapa da Liga 2024/2025... deveria ser normal o campeonato ser de Portugal inteiro
A imagem circula nas redes, evidencia uma realidade a que não podemos ficar indiferentes e por me ser cara volto a um tema que aqui abordei há umas semanas, a propósito das declarações de Sérgio Conceição, que em meados de abril, na reação ao empate (2-2) com o Famalicão, garantia quererem «pôr a região Norte fora do mapa do sucesso desportivo». Ora conte-se os emblemas da Liga, versão 2024/2025, que povoam a região Norte e são dez de um total nacional de 18. E quatro deles do distrito do Porto - mais um de Aveiro, o Arouca, por sinal município da Área Metropolitana do Porto, mais cinco do distrito de Braga, o mais representando de todo o país. Mais a Sul, cinco clubes de Lisboa, contas feitas, 15 clubes concentrados em duas manchas do território nacional. É olhar para o mapa.
Sobram três: dois nas ilhas, Nacional na Madeira e Santa Clara nos Açores; um a Sul, o Farense. Os algarvios terão as deslocações mais curtas até à capital, a cerca de 280 quilómetros de distância, e não raras vezes, ou melhor, a maioria das vezes, terão de fazer quase 600 para ir aos distritos mais a norte no mapa do campeonato - deverão passar a reclamar apoio nas deslocações, como acontece, e bem devido à insularidade, com os clubes das ilhas?
O problema não é de agora, parece crónico, e tem o foco no facto de nenhuma das manchas, ou antes, nenhum mesmo dos pequenos pontos de presença estarem assinalados no interior do país. Repito-me em relação ao que escrevi há mês e meio, porque considero ser um problema que deve ser tratado, e acrescento que está mais do que na hora de se avançar, ou não deixar cair, uma descentralização necessária.
O problema não é só do futebol, mas é muito também do futebol, espelho daquilo que é o país, do que tem sido o país. Nos 90 anos da prova maior, tal como a conhecemos agora - só os três grandes fizeram o pleno -, chegam os dedos das duas mãos para contar clubes do interior que já por lá passaram, com expoente máximo no Chaves, o último dos resistentes que caiu no final desta época, à 18.ª participação na Liga. O Elvas (5) - e antes o SL Elvas (2) -, Campomaiorense (5), Tondela (7), Lusitano de Évora (14), Covilhã (15), União de Tomar (6) são bandeiras de passados, mais antigos ou mais recentes, que deveriam não ser: porque deveria ser normal o campeonato ser de Portugal inteiro.
SELO DE GOLO
A final do Europeu é só hoje mas o que a Seleção Nacional sub-17 já fez merece o selo de golo."
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