"Não tenho jogado PlayStation, futebol, nem padel. Não tenho ido passear, no cinema, nem azucrinado a paciência da minha namorado. O meu tempo livre não tem sobrado para mais nada a não ser encostar-me no sofá a pensar na melhor forma de mantermos o Darwin no Benfica.
Para começar, acho que lhe devíamos oferecer um estábulo na Hipódromo do Campo Grande. Talvez seja um habitat mais próximo à sua natureza. O puro-sangue lusitano são alguns dos cavalos mais velozes do planeta, mas nem sequer se aproximam da velocidade deste puro-sangue uruguaio.
Também poderia ser conveniente reservar um espaço no Seixal para ter uma equipa dedicada à apicultura e, assim, produzirmos o nosso próprio mel. Seria uma forma de garantir ao Darwin um produto de qualidade extrema para ele aplicar no cabelo e mantê-lo ainda mais na reguinha.
Depois, penso que um gesto muito atencioso seria se o Museu Cosme Damião disponibilizou uma secção para o jovem avançado armazenar os prémios Man of the Match que tem recebido. Bem sabemos que o metro quadrado custa um balburdio em Lisboa e, por este andar, o Darwin terá de escolher entre levar mais um troféu para casa ou guardar espaço para o berço do filho.
Por esta altura, o leitor já terá percebido que queimei uma dúzia de neurónios para chegar até estas brilhantes ideias, mas também é possível que tenha concluído que as sugestões, apesar de geniais, são insuficientes. Portanto, talvez seja prudente fazermos chegá-las ao presidente Rui Costa para que reúna com a estrutura e, em conjunto, somem mais algumas estratégias às que aqui registei. Agora, se me dão licença, vou ali encostar-me no sofá."
Pedro Soares, in O Benfica
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