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quinta-feira, 20 de maio de 2021

Benfica de gestão com vista para a taça


"Sem objetivos para o campeonato, uma vez que o acesso direto à Champions é já uma miragem, a lesão de Lucas Veríssimo foi a maior nota de registo para o Benfica, no jogo que encerra o pano da pior classificação benfiquista na última década. O brasileiro acusou a fadiga da sequência de jogos e será uma ausência de peso na disputa do último título da época: a Taça de Portugal.
Ao contrário do central, Jesus fez descansar os habituais laterais titulares encarnados e, disso se ressentiu o jogo dos lisboetas, quer ofensiva quer defensivamente. Ambos os laterais, agora habituais suplentes, demonstram a cada jogo que não possuem os créditos necessários para pertencer ao plantel encarado na próxima temporada: lentidão na execução e dificuldades no gesto técnico e abordagem defensiva.
São demasiadas lacunas que, em conjunto, não podem caber num lateral de equipa grande. A primeira vez que Nuno Tavares teve uma boa ação de ligação ofensiva com um colega, os encarnados inauguraram o marcador mas, entretanto, passaram 48 minutos. Curto.
Prova da cada vez maior influência dos laterais no processo ofensivo, no futebol atual e, ainda mais, num sistema com 3 centrais que permite uma retaguarda mais resguardada para permitir a projeção constante dos laterais, foi a necessidade vimaranense de, em determinados momentos montar a sua última linha com 6 elementos, com os extremos a baixar.
Em início de transição vimaranense, o Benfica a condicionar saída dos centrais com Darwin e Seferovic e aproximação de Pepelu com Adel.
Com as duas equipas a procurar a vitória este foi um jogo a propiciar muitas ações de transição e, mais uma vez a revelar um Benfica incapaz de gerir vantagens com bola, um problema já identificado por Jesus e que reside, antes de mais, na pouca capacidade de decisão com bola dos seus médios, problema que se agudiza sem Weigl em campo, e que piorou com a saída de Pedrinho, que é mais um terceiro médio que um ala, muito atraído pelo corredor central, sendo capaz de ligar entre linhas em espaços curtos, de frente ou de costas para a baliza. Caso permaneça na próxima época merece mais minutos. Com o enquadramento certo, pode trazer coisas muito boas ao jogo dos encarnados.
Destaque para Seferovic. O suíço não foi aposta inicial de Jesus para esta temporada, mas foi a tempo de fazer 22 golos e lutar pelo trono de melhor marcador da Liga. Com dificuldades na sua relação com bola e associação com os colegas, o avançado conseguiu melhorar essa lacuna com a mudança de sistema tático dos encarnados, tanto por poder aproveitar melhor a associação em largura, com mais espaço, com por ter a possibilidade de se associar com os médios ala, mais próximos de si para ligar, com este modelo.
E ainda Morato, o central estreou-se a titular na Liga e destacou-se por um jogo sóbrio e muito seguro. O jovem disse “presente” ao treinador, como hipótese para o lugar do lesionado Veríssimo, na final da taça, mas também para a próxima época. Às vezes o “mercado” está em casa. Morato mostrou-o hoje."

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