"Recordamo-nos do miúdo benfiquista que, em Braga, orgulhoso por trajar a camisola do Glorioso, foi obrigado, qual perigoso provocador, a despi-la sob as ordens e supervisão de zelosos responsáveis da escola que frequentava. Também nos lembramos dos inúmeros actos de vandalismo à Casa do Benfica de Braga, perpetrados por criminosos com recurso a sprays e pedregulhos. E recentemente houve o caso do (vai-se a ver) incauto que, por estar vestido à Benfica na Cidade dos Arcebispos, foi agredido com uma tocha.
Assumindo, quiça abusivamente, que os agressores são adeptos do SC Braga, não se tratará de sincretismo, pois tal pressuporia a combinação de princípios de diversas doutrinas, e isto é gente sem princípios nem inteligência, mas provavelmente de mimetismo, não se apercebendo eles, ironicamente, de que, por muito que lhes proclamem ódio, é nalguns vimaranenses que se inspiram.
A necessidade sentida por uma franja de adeptos, eufemisticamente apelidados de 'radicais', de demonstrarem que se equiparam a outros nos níveis de imbecilidade só não dá pena porque há vítimas. A cidade de Braga e as suas gentes, cuja esmagadora maioria por certo repudia estes comportamentos indignos, não merecem que estes actos se tornem recorrentes, exigindo-se pronta prevenção e acção polícias.
A todos os bracarenses que não se recêem nestas insídias, nomeadamente aos muitos benfiquistas que lá vivem, apela-se a que não soçobrem à tentação da reacção violenta. As autoridades, mais cedo ou mais tarde, terão de actuar em conformidade. E este é um problema que não se cinge a Braga ou Guimarães, também subsiste no Porto e em Lisboa e terá de ser solucionado devida e eficazmente por quem de direito."
João Tomaz, in O Benfica
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