"O futebol está num dilema como as nossas vidas, sabe de onde vem, mas não sabe para onde vai. Alguns países como Portugal, Espanha, Itália, Alemanha e, provavelmente Inglaterra vão terminar os seus campeonatos.
A economia fala mais alto, mas será uma aventura e uma incerteza o desfecho disto tudo.
Ao invés, Holanda, Bélgica, França e Argentina deram os campeonatos como terminados.
A "nova normalidade" é acabar o campeonato com o maior rigor sanitário possível e sem público. Vamos ter a consolação de ver os jogos pela televisão, neste futebol esterilizado.
Esta pandemia atroz vem confirmar os piores prognósticos para o futebol. A televisão será a sua salvação, que passa por receber dinheiro dos jogos transmitidos, para ter algum folgo para continuar em frente. Os clubes agradecem.
A escalada de gastos dos clubes no futuro será muito diferente do passado, e ainda bem que isso vai acontecer. Não é possível o futebol continuar a viver acima das suas possibilidades. Mais tarde ou mais cedo o futebol tinha que mudar de vida, esta pandemia só veio mostrar que as coisas não podiam seguir com este ritmo, desta maneira dispendiosa e com transferências alucinantes.
Os jogos vão ter um mínimo de pessoas para apoiar, competir e para transmitir os jogos, provavelmente 150 pessoas por jogo.
Tudo terá que ser feito com extremo cuidado, o regresso à actividade dos jogadores. Primeiro, para evitar sobrecargas e lesões depois do isolamento. Segundo para evitar o contágio da Covid-19.
As condições de treino e jogos serão tudo menos naturais, será uma espécie de futebol esterilizado e laboratorial.
De resto, mandar todos os jogadores para casa foi fácil, a abertura será mais difícil. A vacina vai levar, ainda algum tempo. Quando a vacina chegar, tudo isto terá passado e poderemos ver um jogo de futebol no estádio.
O futebol vai ser sem público, esterilizado e com medo. Os jogadores no seu subconsciente vão jogar com cautelas e com receio de contágio.
Se o futebol conseguir passar este desafio que é uma prova de fogo, será um exemplo para as demais actividades na sociedade.
Para já vamos ter um futebol assustado, com menos contacto físico, e os jogadores sem máscaras, mas com a sua cabeça com muitas incertezas."
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