"Ninguém me irá conseguir convencer de que Carlos Vinícius estava em fora-de-jogo no lance que originou o golo de Pizzi em Paços de Ferreira - e que não foi validado, nem pelo fiscal de linha nem pelo VAR, felizmente sem consequências no resultado final da partida. Podem apresentar linhas assim ou assado. A verdade é que não há forma de discernir quatro centímetros para lá ou para cá, num campo de futebol com quase setenta metros de largura, com os jogadores em movimento. Basta parar a imagem uma ligeira frame atrás ou à frente para adulterar a conclusão, até porque não é fácil estabelecer, através da televisão, o exacto momento em que a bola é passada (é uma questão de milésimos de segundo, mas pode fazer desenhar uma linha que chegue ao rigor da largura das mangas de uma camisola, ou do número que calce determinado futebolista. E em casos como aquele, no futebol que sempre conheci, deixava-se jogar, beneficiando o avançado.
Este e outros episódios reforçam a ideia de que o VAR traz mais problemas do que aqueles que resolve. É verdade que para situações grosseiras - como por exemplo o golo do Maicon, em 2012 na Luz, com o qual perdemos um campeonato - as imagens televisivas podem ajudar. Mas na maioria dos casos (e viu-se na Mata Real) só acentuam a polémica, e tornam mais implacáveis as críticas.
Pior que tudo isso, o VAR está a matar a festa do golo. O que antes era uma celebração espontânea, agora tem de ser desdobrada ou retardada até à confirmação de alguém que está longe do estádio. Quem vê futebol como um espectáculo não pode estar de acordo com isto."
Luís Fialho, in O Benfica
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