"Tenho defendido, desde que o investimento na formação acelerou significamente e se tornou num dos pilares da estratégia para o futebol benfiquista, que a aposta em atletas formados no Seixal deverá assentar na qualidade dos mesmos e nas necessidades do plantel da equipa 'principal', ao invés de se tornar dogmática, resultado de um decreto. À semelhança da renovação do contrato de Samaris, o anunciado prolongamento do contrato de Pizzi é, por conseguinte, uma excelente notícia porque, além de se tratar de um excelente futebolista, indiscutivelmente fundamental nos títulos recentes e obviamente com potencial para manter o seu nível nos próximos anos, confirma que o pressuposto inicial da composição do plantel refere-se à qualidade intrínseca dos jogadores, independentemente da idade ou proveniência. As portas estão efectivamente abertas aos miúdos do Seixal, mas cabe-lhes demonstrar que têm capacidade para ultrapassá-las e permanecerem no outro lado.
Pode dizer-se que, apesar de alguns hiatos, sempre foi assim. Não o nego, pois conheço todos os plantéis benfiquistas ao longo da história com alguma profundidade. O que marca a diferença na presente é a conjuntura futebolística actual, em que os níveis de investimento e a concorrência internacional pela talento atingiram níveis inimagináveis até há duas décadas e, por isso, indutora de maior necessidade de investimento criterioso. Hoje, mais do que nunca desde que os passes dos jogadores passaram a ser transaccionados, é essencial detectar talento e desenvolvê-lo. Poupar em aquisições, acautelando a competitividade do plantel, permitirá elevar a massa salarial, sendo esta a única forma de reter talento ou, pelo menos, adiar saídas de jogadores. Estamos no caminho certo!"
João Tomaz, in O Benfica
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