"As arbitragens na última jornada foram vergonhas. Os erros gritantes cometidos no Dragão e em Alvalade são incompreensíveis e passíveis da suspeita de derivarem do ambiente de intimidação, condicionamento e coacção sentido nos últimos tempos.
Observámos ainda, pela primeira vez, uma brecha na solidariedade dragarta emanada da comunhão do objectivo de interrupção a qualquer custo da hegemonia benfiquista. O tom foi diferente, pois são também diferentes as motivações.
Enquanto do lado leonino assistimos a uma despudorada colagem do Benfica aos benefícios portistas, do outro lado o ataque foi unicamente dirigido ao favorecimento do Sporting.
Creio não estar enganado ao pensar que tanto FC Porto como Sporting estão falidos moral e economicamente. A SAD portista, intervencionada pela UEFA, falida tecnicamente e provavelmente a contas com uma situação de tesouraria asfixiante, nunca se conseguirá livrar do espartilho por si criado: o crescimento social e desportivo alicerçado no confronto e nas relações de poder. Em resumo, a lógica bairrista consolidou a sua base de apoio, mas impede o crescimento. As exigências financeiras aumentaram, porém não se verificou o necessário acompanhamento da subida das receitas. Sobram as relações de poder...
O caso sportinguista é mais simples: o Novo Banco e o BES via restruturação financeira (nomeadamente ao VMOC), estão agora para o Sporting como o avô do José Alvalade esteve para o neto quando quis fundar um clube no Campo Grande. Disse o Alvalade: 'Queremos que o Sporting seja um grande clube, tão grande como os maiores da Europa'. O problema é nunca ter conseguido ser tão grande como o Benfica, condicionando a sua postura e comportamento."
João Tomaz, in O Benfica
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