Últimas indefectivações

quarta-feira, 26 de abril de 2017

O eterno 'derby'

"Tudo começou mal e a desoras. Grupúsculos digladiaram-se em nome da mais gratuita violência. Desta vez, com uma morte a lamentar.Quando veremos os clubes expulsar do seu seio pessoas que só alimentam e estimulam o ódio?
Mas falemos de futebol. Contra previsões de mais confusão e quezílias, o derby lisboeta decorreu com normalidade. No resultado, no ambiente do estádio cheio e, sobretudo, a atitude exemplar de todos os jogadores, lutadores até ao limite, mas respeitando-se como colegas de profissão. No meio das guerras, os atletas continuam a ser os mais respeitáveis.
Foi, pois, bom. Talvez decepcionante para os arautos - que os há, abundantemente - do desalinho por tudo e por nada. Os treinadores fizeram o seu papel com galhardia, mesmo não se cumprimentado, ou seja, sem serem hipócritas. Não houve ajuntamento nem rebuliço junto dos bancos. Os apoios a cada equipa contiveram-se nos limites mínimos da decência.
Ederson não deixou o Benfica estar mais de 384 dias sem sofrer um penalty, assim  retirando pretexto para mais excitações dos propagandistas oficiais de clubes, especializados em insultos e chalaças. Nas redes sociais das habituais queixinhas e azia só houve indisfarçáveis e frustradas bolas para canto. Nas TV especializadas em acicatar desavenças houve 7 (!) penalties (4 a favor do SCP!) e a bola na falta de Lindelof marcou brilhantemente estava fora do sítio para aí uns 15 cm! Que mais se vai inventar?
Rui Vitória foi, mais uma vez, um senhor. E até tinha motivos, por demais evidentes, para cair na tentação de não o ser. Mas foi, e isso envaidece os benfiquistas. Obrigado, Rui Vitória!"

Bagão Félix, in A Bola

1 comentário:

  1. Seria assim tão difícil os jornalistas recriminarem a violência em vez de chegarem a glorificar quem participa em crimes?

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