"O Benfica reforçou a sua presença no primeiro lugar numa altura em que o Campeonato vai ter a segunda paragem por causa dos jogos da Selecção, paragem essa que irá ser aproveitada para assentar ideias, redefinir estratégias e, no caso concreto dos encarnados, para recuperar lesionados. Cumprida a sétima jornada, ainda muito distante da meta nesta longa e exigente corrida de 34 etapas, o campeão nacional soma mais três pontos que os outros dois candidatos ao título, o que, valendo pouco em termos de contabilidade final, convida a uma comparação curiosa em relação ao quadro de há um ano, precisamente à mesma jornada, em que o Porto e Sporting, também lado a lado, então com 17 pontos, coabitavam no topo da classificação, com o Benfica à distância de quatro pontos (13),
Enquanto leão e dragão insistem em continuar de braço dado, a águia manteve a sua identidade e rejeitou aproximações, embora com uma diferença significativa: se há um ano estava quatro pontos atrás, agora situa-se três pontos à frente. Trata-se apenas de uma curiosidade que em nada deverá interferir na maneira serena de Rui Vitória estar no futebol. Se há um ano lutava contra os adversários e contra os desconfiados sobre a sua competência, agora aparece sentado no cadeirão da liderança sem ferir o estilo nem abdicar de princípios. Um líder meritório, em resultado dos pontos e dos constrangimentos...
O Campeonato é interrompido com vitória esclarecedora e oportuna do FC Porto e empate ingrato e mal explicado do Sporting. Apesar de fortemente incomodado por criticas severas, a verdade é que, regulamentarmente, Nuno Espírito Santo está acima de Jorge Jesus."
Fernando Guerra, in A Bola
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