"Não. Nem o Benfica foi humilhado pelo Bayern, nem humilhou o F. C. Porto. Nem Lage é o treinador medroso que “ofendeu” a história do Benfica, nem o génio que sessenta anos depois “arrasou” o rival. Num mundo do oito e do oitenta, em que vale tudo por uns segundos de atenção ou por um “like,” e uma partilha “viral” é um objetivo de vida (e ainda nos admiramos com o que acontece lá por fora, como cá por dentro…), talvez fosse de aproveitar a semana do Benfica para refletir sobre a efemeridade do futebol, que, tal como a nossa, nos surpreende sempre.
Alguns dos que vergastaram Lage na quinta-feira, serão hoje os primeiros a sublinhar que começou a ganhar este jogo em Munique ao evitar uma goleada desmoralizadora e ao deixar Di María, que foi o melhor em campo, no banco. Nem uma coisa, nem outra. A tática, a malfadada tática de Munique, que se pensarmos com dois neurónios de racionalidade percebemos que o que se pretendia era “fechar” a baliza e surpreender no contra-ataque (nada de inovador, portanto…) e que não resultou por manifesta incapacidade de ter bola e pelo mérito da pressão do Bayern, teve o seu contraponto no clássico, interpretada pelos mesmos jogadores, que executaram quase na perfeição o que os “vitimara” dias antes - pressão máxima, precisão na posse de bola e eficácia na finalização.
É futebol! Bastava dizer isto, que o povo bem sintetiza, para explicar um jogo praticado por humanos que tentam surpreender outros humanos e às vezes conseguem e outras não. Mas só isto não chega para a gritaria reinante, nem justifica a cientificidade que se apregoa. Numa semana marcada pelas eleições nos EUA, apetece adaptar uma célebre frase de Clinton que as definiu: é o quarenta!"
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