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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

O verdadeiro dilema: 4-3-3 ou 4-4-2?


"Nos dias que correm há imensos dilemas que pairam sobre a equipa encarnada. Entre eles está a velha conhecida questão – “qual o melhor sistema tático para o SL Benfica?”. Ao longo dos anos, passaram pela Luz bastantes treinadores, sendo que cada um escolhia aquela opção que lhe parecia ser a melhor para o 11 selecionado.
Com Jorge Jesus, por exemplo, vimos que o esquema ia alternando algumas vezes, sendo por exemplo o 5-2-1-2 muitas vezes utilizado. Este esquema oferecia bastantes opções de passe nos corredores e trazia para a equipa um bloco sólido defensivamente, que permitia transições rápidas, através dos laterais. No entanto, o ataque, que ainda hoje é um dos pontos fracos das águias, ficava mais comprometido.
Bruno Lage optava muito pelo 4-4-2, com o objetivo de reagir rapidamente à perda de bola, pressionando os adversários assim que esse cenário se verificava. No que toca à parte ofensiva, apresentava uma forte organização, tendo muitas vezes o maior número de jogadores possível em frente à linha da bola.
Para além disso, os laterais, à época André Almeida e Grimaldo, conseguiam dar largura e contribuíam muito para os cruzamentos. Este esquema permitia ter três ou quatro jogadores na zona final do terreno de jogo, como Rafa, Pizzi e Seferovic.
Apesar de todos estes aspetos positivos, este esquema tático não era o melhor para defrontar equipas que têm como principal característica jogar com alta pressão, criando-se assim algumas inseguranças, no que diz respeito à transição defensiva, devido também há existência de apenas dois médios.
Como se pode ver, todos os esquemas oferecem inúmeras vantagens, mas também são confrontados com alguns obstáculos, que por vezes podem ser difíceis de ultrapassar. A meu ver, esta discussão que tem ocorrido no universo benfiquista, nem deveria ser a maior problemática.
Com tantos jogadores de qualidade, não me parece que a tática seja a principal razão para os maus resultados e para as más prestações, mas sim a falta de garra. No entanto, este artigo serve para dar a minha opinião quanto àquela que considero ser a melhor opção tática para o SL Benfica.
A meu ver, a melhor opção para esta equipa orientada por Nélson Veríssimo é o 4-3-3. Apesar de que com este esquema não se verifica um grande número de atacantes presentes na área adversária, podemos ver uma distribuição mais uniforme ao longo de cada terço do campo, uma melhor ocupação na parte ofensiva e o facto de haver um maior número de adversários no próprio campo defensivo.
Adotando o 4-3-3, Nélson Veríssimo pode apostar nas seguintes opções: Vlachodimos (que tem feito boas exibições); Morato (que pode ocupar o lugar de Vertonghen, uma vez que, acho que o belga precisa de algum descanso) e Otamendi (o patrão da defesa encarnada).
Nas laterais, à esquerda Grimaldo (titular indiscutível) e à direita, Lazaro (agora parece-me ser a melhor opção para esta posição); passando para o meio campo, João Mário (bom a definir), Weigl (bom a recuperar as perdas de bola e a permitir que a equipa saia a jogar) e Paulo Bernardo (que tanto pode jogar a oito como a dez e que ajuda a pressionar a saída de bola dos adversários).
Na parte atacante da equipa apostaria em Rafa à direita e Darwin à esquerda (o português, porque dá liberdade de movimentos, tem uma velocidade fora de série e um faro para bons cruzamentos, e o uruguaio, porque, para além de ser o melhor marcador, pressiona desde cedo, na parte defensiva, e, sendo um extremo móvel, desgasta os adversários, oferecendo também um ataque em profundidade).
Para terminar, como principal matador escolheria Yaremchuk, rápido, forte fisicamente e com boa capacidade de remate. Estas são apenas algumas das opções que poderia escolher, no entanto, também tem à disposição jogadores como Gilberto, Diogo Gonçalves, Radonjić, Gil Dias, Gonçalo Ramos e Vertonghen, que têm dado boas indicações, ou até mesmo, Pizzi, André Almeida, Taarabt ou Ferro, velhos conhecidos dos adeptos.
Apesar de tudo isto, continuo a referir que o principal problema não é escolher entre o 4-4-2 ou o 4-3-3, mas sim a falta de raça, crer e ambição, que outrora se viam dentro e fora de campo. Para este problema, não há tática que o resolva."

1 comentário:

  1. Weigl bom a recuperar as perdas de bola???? A posição 6 é o motor de qualquer sistema tático. O 433 retira um pouco a pressão a essa posição mas também retira presença atacante.

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