"1. Em dia de eleições presidenciais voltamos a ter jogos para a nossa principal Liga. Acredito que muitos dos cidadãos portugueses que integram as equipas que estão envolvidas nos jogos de hoje terão exercido o seu voto antecipadamente. E acredito que foram criadas condições para que os membros das equipas de arbitragem envolvidas nesses jogos pudessem exercer um direito que é fundamental na construção de uma democracia contemporânea. E, logo, numas eleições para um cargo unipessoal e em que não está em causa a exclusividade dos partidos políticos. O certo é que teremos três jogos da nossa Liga que se realizam na tarde e na noite deste domingo. E neste dia do ano de 1965 morreu um dos homens que marcou o século XX - Winston Churchill - e que foi determinante na consolidação de um espaço europeu em que a liberdade e a democracia representativa foram asseguradas face a duas ideologias que as negavam: o nazismo e o comunismo. E é esta recordação que importa ter presente todos os dias. Principalmente num tempo em que outros totalitarismos nos ameaçam e condicionam.
2. O Benfica venceu ontem o Arouca e chegou aos cinquenta golos nesta Liga. E foram mais de cinquenta e um mil a assistir num colorido Estádio da Luz a uma vitória justa perante uma equipa bem liderada por Lito Vidigal. Este Benfica já tem momentos de significativa nota artística. Este Benfica começa a consolidar um modelo de jogo. Este Benfica, vitorioso, evidencia confiança. Este Benfica chama os adeptos ao Estádio e, no final, cada um deles fica com vontade de regressar. Para ver golos bonitos, lindas jogadas, um colectivo que se sente e se pressente. Agora serão dois confrontos seguidos em Moreira de Cónegos. O primeiro para a Taça da Liga. Em que basta um empate para o Benfica somar uma nova presença nas meias-finais de um competição que, agora com o patrocínio dos CTT, continua a captar a atenção de milhões de telespectadores como evidenciam as audiências da última jornada e que mostram, a partir da TVI, a importância do futebol em directo e em canal aberto! Algo que a Liga não pode ignorar mesmo que os actuais - e os futuros - detentores dos exclusivos televisivos tentem, como sempre, minimizar a relevância dos números. Destes números e não de outros sempre presentes em estudos encomendados e que tentam mostrar as ideias - que não os ideais - dos titulares desses direitos televisivos. Depois, no próximo domingo, e de novo para a Liga NOS, será um novo confronto com o Moreirense. Com a esperança que seja um mês de Janeiro em grande. Um Janeiro vitorioso. Com mérito de Rui Vitória. Que terá, no meu modesto prisma, bem presente um declaração de Madre Teresa: «O passado não existe mais. O amanhã ainda não chegou. Temos apenas o dia de hoje»! E cada jogo é, e bem, e para ele, o «dia de hoje»!
3. O Comité Executivo da UEFA aprovou, na passada sexta feira, a introdução da tecnologia da linha de golo, durante a fase final do Europeu de França e já a partir dos play-offs da Liga dos Campeões da próxima época desportiva. A UEFA segue, assim, a FIFA e, igualmente, as ligas inglesa, alemã, francesa e italiana. Agora é a discussão, também económica e financeira, acerca do sistema a adoptar já que estarão em disputa dois modelos: um alemão e outro inglês. E a vitória de um deles no âmbito da Liga dos Campeões será uma grande conquista comercial. Já que foi o sistema alemão o escolhido pela FIFA para o Mundial do Brasil em 2014! Este passo é, para alguns, cada vez menos, uma indesejada revolução. Para muitos, muitos mesmo, era uma urgente necessidade face à relevância da televisão no crescimento exponencial das receitas do futebol e, logo, das marcas que o disputam e das suas organizações confrontadas com desconfianças e ameaças perturbantes. Mas tendo sempre presente, também aqui, as serenas e sábias palavras de Mahatma Gandhi: «A diferença entre o que estamos a fazer e o que somos capazes de fazer resolveria todos os problemas do Mundo». Mas esta novidade é um pequeno/grande passo! Para a verdade que todos queremos ver.
4. Assistir, através da BTV, a alguns jogos da Liga inglesa é um verdadeiro privilégio. Vale também a assinatura! Ontem o Norwich-Liverpool foi excessivamente emotivo. Como a derrota do United face à equipa do nosso José Fonte foi extremamente esclarecedora quanto ao momento técnico de Louis van Gaal. Mas os instantes finais em Carrow Road, a casa do Norwich, foram verdadeiramente loucos! O golo da vitória da equipa agora liderada pelo alemão Klopp ao minuto 95 foi um instante de sonho para um amante do futebol. A festa de uns e a desilusão de outros. O sorriso e a tristeza. E fez-me recordar as palavras desse grande senhor do Manchester United e do futebol europeu Bobby Charlton: «Para mim um dia de futebol é como um dia de Natal para uma criança». E como estão bem tristes os dias em Old Trafford. Uma equipa, o M- United, que gastou centenas de milhões de euros - em rigor de libras - em aquisições e que é nas palavras de um amigo e de um grande senhor do futebol mundial o exemplo claro de uma desastrosa gestão desportiva. Com os resultados à vista. À vista de todos. E numa Liga que tem a surpresa Leicester na liderança e, hoje, um derby de Londres, um Arsenal-Chelsea. E foi Arsène Wenger que disse: «Na primeira vez em que vim a Inglaterra disse a mim mesmo, sem nenhuma dúvida: o futebol foi criado aqui»! Bom domingo. Neste domingo em que escolhemos o Presidente da nossa República. Da República Portuguesa.
5. Morreu esta semana em Sintra uma grande Senhora, uma Mulher do Mundo, uma pedagoga singular. E que retratava como ninguém. Guardo, com carinho, um retrato que me ofereceu de Fernando Chalana. Lindo retrato da Dona Maria Almira Medina."
Fernando Seara, in A Bola
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