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domingo, 26 de julho de 2015

Rodam como Fred Astaire

"Anelka, Ibrahimovic, Crespo, Verón, Zidane e Di Maria movimentaram nada menos de 674 milhões de euros em 39 mudanças de clube.

Impressionante: Nicolas Anelka, Zlatan Ibrahimovic, Hernán Crespo, Juan Sebastían Verón, Zinedine Zidane e Angel Di María fizeram, em conjunto, nada menos de 39 mudanças de clube. Passaram por equipas tão diferentes como PSG, Arsenal, Real Madrid, Liverpool, Manchester City, Fenerbahçe, Bolton, Chelsea, Shanghai Shenhua, Juventus, West Bromwich, Mumbai City, Malmoe, Ajax, Inter, Barcelona, Milan, River Plate, Parma, Estudiantes, Boca Juniors, Sampdoria, Lazio, Manchester United, Rosário Central e Benfica. Movimentaram nada menos de 674 milhões de euros: 184 milhões para Di María (se se confirmar a ida para o PSG por 65 milhões), 169 para Ibrahimovic, de 119 milhões para Crespo, 116 milhões para Verón e 86 milhões para Zidane. O que interessa no fundo (nos fundos), é rodar. Rodar muito. Como Fred Astaire. Quanto mais se rodar, mais dinheiro gira, mais dinheiro se encaixa. Jogador de amor à camisola, de um só clube, é que é jogador caro. Se tivesse 20 anos, Eusébio haveria de saltar do Sporting de Lourenço Marques para o Benfica, depois para o Real Madrid, de seguida para o Chelsea, mais tarde para Milan ou Juventus, uma perninha no PSG, outra no Mónaco, curta passagem pelo Valencia, depois seguiria para os LA Galaxy, para o Hangzhou Greentown, para o NorthEast United, regressaria ao Milan ou Juventus ainda antes dos 30 anos e só depois iria para Galatasaray, Fenerbahçe ou Besiktas (taxado apenas a 15%), terminando, então sim, no União Tomar (ao lado de António Simões). Eusébio, se tivesse 20 anos, rodaria, rodaria, rodaria, como Fred Astaire agarradinho a Ginger Rogers, deixando meio mundo de olhos em bico. Felizmente, Eusébio foi jogador (quase) de um clube só. Como Fernando Gomes. Ou Manuel Fernandes. Felizmente, nos anos 60, 70, 80 e até 90, o que interessava, no fundo (nos fundos), não era rodar como Astaire. Era jogar. E ganhar. E brilhar.
Impressionante: Ricardo Quaresma diz que não sabe por que jogou no Dubai. Deve ter sido por necessidade de rodar, rodar, rodar. Rodou tanto que, quando deu por ela, estava a rodar onde só os velhos rodam. Claro que sabe por que foi para o Al-Ahly: pensava que, aos 30 anos, restava-lhe ganhar dinheiro e suar pouco. Felizmente, percebeu no FC Porto que poderia ter mais do que uma velhice recheada de euros, dólares e petrodólares. Pertinho de completar 32 anos, já não vai a tempo de chegar perto, nem sequer de se aproximar, daquilo que lhe prognosticavam os olheiros do início do século XXI: ser o melhor jogador português pós-Figo. Ricardo Quaresma teve muito de Fred Astaire, mas precisava de ter um pouco mais de Cassius Clay: querer mesmo ser o melhor. E isso, infelizmente para quem gosta de futebol, RQ não quis.

Lançamento de urina, o novo desporto francês
Não sou fã de ciclismo, a não ser naquelas etapas em que as estradas empinam e parecem tocar o céu. Mas uma coisa é não ser fã e olhar, desconfiado, para o rendimento dos principais ciclistas, outra é ser adepto do novo desporto que acompanha a Volta à França: cuspir na cara de Chris Froome e lançar-lhe urina para cima. Insinuam que o britânico corre dopado e, pumba, aí vai xíxí. Convidam-no para disputar o Tour, Froome ganha e lançam suspeitas líquidas na sua direcção. Não sei se ele corre dopado (talvez sim), mas sei que um francês não vence a prova desde 1985. Douleur de coude?
(...)"

Rogério Azevedo, in A Bola

PS: Engraçado como a passagem do Fernando Gomes pelos Lagartos foi esquecida...!!!

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