Últimas indefectivações

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Benfica em tempo de todos os perigos

"Há muitos anos que o Terceiro Anel não se manifestava com tanta veemência contra uma equipa do Benfica (e contra o treinador...)

uma semana, neste mesmo espaço, escrevi o seguinte, a propósito da derrota do Benfica no Jamor, frente ao Belenenses: «Reduzir os problemas evidentes pelo Benfica à falta de eficácia, como fez Rui Vitória, não é mais do que uma tentativa de tapar o sol com a peneira». Na Luz, na última sexta-feira, ficaram à vista de todos as deficiências profundas desta equipa encarnada, plasmadas na forma penosa como se arrastou durante os 60 minutos de que dispôs para ensaiar a reviravolta no resultado. A desorganização do conjunto de Rui Vitória, sem coesão entre sectores, previsível e votado à vulgaridade, permitiu a um Moreirense cheio de confiança passear na Luz como se fosse um grande da Europa. Há muitos anos que o Terceiro Anel não se manifestava de forma tão veemente contra o desempenho de uma equipa do Benfica, e por tabela contra o responsável técnico, Rui Vitória. E embora nenhuma decisão directiva deva ser tomada com base em pressões exteriores, este dado é mais um a juntar a todos os que vão fundamentar uma decisão quanto ao futuro próximo do futebol encarnado. É verdade que o Benfica começou a época mais cedo que os outros e teve de jogar quatro finais, ainda a processão estava a sair do adro. Se calhar é por isso que alguns jogadores - André Almeida, Jardel, Fejsa, Pizzi, Salvio - estão em má forma. Mas par além das individualidades, torna-se evidente a falência da ideia de jogo de Rui Vitória, sem a dimensão e a modernidade que o Benfica reclama. Com uma defesa que não sobe no terreno, um meio-campo que dificilmente sai da pressão de qualquer adversário e um ataque sem presença na área e que permite que o adversário se organize sem oposição logo a partir do guarda-redes, o Benfica mais parece uma equipa de nível de nível médio da década de noventa do século passado, a anos-luz daquilo que são os mínimos exigíveis a quem anda na Liga dos Campeões. Dito tudo isto, que pode fazer Rui Vitória para inverter a queda rumo ao abismo? Na linha do que escrevi há uma semana, se o treinador do Benfica não interiorizar que a sua equipa está muito doente, nunca fará o diagnóstico certo que leve à cura. E essa passa por um golpe de asa que está por demonstrar que esteja ao alcance de Vitória. Entretanto, Luís Filipe Vieira deverá manter-se atento à evolução da crise. Muito atento, até. A começar pelo que pode acontecer frente ao Ajax...

(...)
Um desejo, um caminho e a realidade
«Tenho a firme convicção de que não sairei do Benfica sem ser campeão europeu»
Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica
Nos tempos que correm, não é crível que qualquer equipa portuguesa possa ganhar a Liga dos Campeões. Mas é possível ter uma equipa de nível europeu, baseada na formação. Com uma liderança técnica de excelência e desde que os talentos não saiam, como até agora, depressa de mais; e as aquisições não sejam feitas, como agora, em quantidade e passem a ser feitas em qualidade.

A hora de João Mário
João Mário, campeão da Europa por Portugal, entrou pela porta grande no Inter Milão, que pagou ao Sporting 40 milhões pela sua transferência. Em Itália, os tempos nunca foram fáceis para o médio de ataque luso, que passou por um empréstimo ao West Han, e viu-se, a seguir, votado a um ostracismo prolongado por Luciano Spaletti, técnico nerazzurro. Porém, como não há mal que dure sempre, João Mário teve agora uma oportunidade que agarrou com as duas mãos. No último jogo em San Siro, a vitória do Inter sobre o Génova por 5-0 teve a assinatura do português, com um golo e três assistências. Mais um craque a entrar de novo nas contas de Fernando Santos (a que se junta Rapahel Guerreiro, que recuperou a titularidade na esquerda da defesa do Dortmund, André Gomes dono de um lugar no onze de Marco Silva e Gelson Martins, finalmente escolhido por Diego Simeone), que nunca viveu tanta abundância na Selecção Nacional.

Vinicius é o rosto da nova ilusão madrilista
À falta de poder elogiar Bale, o mais caro do plantel, Modric, vencedor do prémio da FIFA, ou Benzema, que não convence, a imprensa de Madrid decidiu puxar por Vinicius, que por mais talento que tenha não tem condições para carregar às costas o Real e todas as suas contradições. Tem tudo para não acabar bem."

José Manuel Delgado, in A Bola

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!