"O Presidente Luís Filipe Vieira, falando em nome da direcção do Clube e da Benfica Futebol SAD, disse inequivocamente, no sábado passado, o que os Benfiquistas esperavam ouvir há muito tempo: sentidas palavras da perplexidade, de repulsa e da indignação.
A avalancha de intoxicação da opinião pública, instrumental e exclusivamente baseada na amoral profanação da privacidade e na mais aberrante campanha pública de execração das garantias individuais fixadas na Lei fundamental do nosso país e na própria Carta Universal dos Direitos do Homem, havia se mantido impunemente à solta durante meses e meses, chegando a merecer a inacreditável consonância de um juiz da mesma cor e com a mesmíssima perversa alma dos criminosos. Que real juízo podíamos nós, Benfiquistas, ir fazendo de uma Justiça assim tão parcial e desconcertante?
Comentadores achistas (daqueles que, de miseráveis pedigrees, acham, acham, sempre sem critério, nem pudor, nas glosas de ocasião) persistiram em espojar-se em chãos da desvergonha para ganharem obscenas medalhas de eficiência clubística, misturados no mesmo orfeão diabólico de inexperientes repórteres feitos à pressa e de jornalista sem currículo nem honra, a bolçar a baba podre de supostas previsões, projecções, cenários o falsas narrativas de putativos crimes - como se tudo fossem realidades provadas... Ao longo de meses, uns e outros, muito convencidos das exclusivas perspectivas unilaterais dos indignos servidores oficiais que lhes haviam passado as dicas, até sentenças defecaram pelas bocas, permitindo-se julgar e condenar impunemente, a torto e a direito, sem contradita ou ponderação!
Televisões, rádios, jornais e e-papers (talvez com raras excepções de alguma contenção editorial nas estações de TV e rádio do serviço público da RTP...) esparramavam-se no clima da generalizada euforia alarve criada pelos serviçais azuis e verdes, muitas vezes multiplicados no esgoto das redes sociais. Tudo parecia ser progressiva e metodicamente insuflado pelas arrochadas investigativas judiciárias de sentido único, contra tudo o que mexesse no Benfica, enquanto o senso comum ia vendo escoarem-se, a pouco e pouco, as questões primordiais da profanação da privacidade e da exibição dos materiais roubados que continuava a desenvolver-se á la gardère.
A emotiva intervenção do Presidente Luís Filipe Vieira no passado fim de semana não abre, apenas, uma nova atitude, proactiva, do Benfica, perante a ignóbil campanha da desvergonha; supõe também que venham a esclarecer-se muitas interrogações do senso comum.
A quem aproveitaram todos os casos e, sobretudo, todos os descasos da Justiça, perante o roubo primordial de que foi alvo o Benfica? Quem beneficiaria, afinal, do regime de estendal? Os polícias? Os procuradores? Os Juízes? Certas empresas de comunicação e (pelo menos) alguns dos seus funcionários? Outros clubes? O futebol português? E, mais ainda, quem pagava e quanto e como se pagaria a uns, outros e ainda a outros, para ter criado e desenvolvido toda aquela baderna mediática de infernos inventados em que, exclusivamente, só parecia que se queria atingir a queimar o Benfica vivo fortíssimo?
A decisão anunciada por Luís Filipe Vieira na expectativa de um relacionamento saudável com todas as sedes da Justiça há de revelar-se crucial para o esclarecimento das respostas a essas e outras, muitas perguntas do senso comum.
Em todo o caso, que não nos restem dúvidas: apesar de a nossa equipa principal de futebol manter intactos os índices de produtividade e de afirmação no contexto competitivo fundamental da I Liga, deixem-me dizer que - pelo menos até ao lavar dos cestos do actual campeonato - ainda continuaremos a ser o bode expiatório da instável dança entre os justiceiros - os verdadeiros e os bastardos. Só que, a partir de agora, a nossa nova harmonia definirá melhor a cadência desse baile."
José Nuno Martins, in A Bola
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