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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Um regresso de sonho


"Após quase dois anos de afastamento, Jacinto regressou à seleção com uma prestação estupenda

Representar a seleção nacional é o maior desejo de todos os futebolistas. Alinhas de quinas ao peito e ouvir o hino nacional é o ponto alto da carreira. Chegados a esse momento, os jogadores querem demonstrar toda a sua qualidade, por forma a voltarem a ser escolha do seleccionador nacional.
Jacinto também almejava representar a seleção nacional. Começou por seguir as pisadas do pai, atacando pelo Leixões, onde entrou para a história ao vencer a Taça de Portugal de 1960/61. Despertou o interesse do Benfica, que assegurou a sua contratação no verão de 1962.
Nos encarnados, Jacinto encontrou jogadores de craveira internacional, o que dificultou a sua tarefa de ganhar um lugar no onze da equipa de honra, afirmando-se como titular a partir da temporada 1966/67. As suas excelentes prestações convenceram o seleccionador nacional, Manuel Afonso, que promoveu a sua estreia frente à Suécia.
Em 13 de Novembro de 1966, o jogador fez uma boa exibição: 'Teve um começo de jogo excecional, desarmado muito bem, passando bem a bola e adornando o seu jogo com lances individuais que logo conquistaram a simpatia do público. (...) É jogador para a seleção'. No entanto, a imprensa advertiu que o excesso de confiança fez com que cometesse alguns erros. 'Caiu em certo individualismo em prejudicou o seu futebol', ficando, ainda, ligado ao lance do segundo golo dos suecos, que lhes garantiu o triunfo. Estes fatores terão levando a que ficasse quase dois anos sem atuar por Portugal, apesar de continuar como indiscutível no Benfica.
Em 27 de Outubro de 1968, surgiu uma nova oportunidade. No arranque da fase de apuramento para o Campeonato do Mundo de 1970, perante a Roménia, considerada uma das melhores seleções do mundo, o lateral teria de se exibir a um bom nível para se manter nas escolhas do selecionador nacional.
Interventivo, não se limitou apenas a defender, subindo várias vezes no terreno. Jacinto encantou com a sua qualidade técnica e disponibilidade física. Numa boa combinação com Eusébio, inaugurou o marcador. Estava confiante, mas, ao contrário do último encontro, não se permitiu a excessos desmedidos. No segundo tempo, pediu a Eusébio para marcar um livre, por estar com 'uma fé especial', e, com uma boa execução, fixou o triunfo dos portugueses em 3-0.
Os media ficaram rendidos: 'Grande como defesa, Jacinto foi enorme como médio e como avançado. A exibições como a sua é que se quadra perfeitamente a velha imagem de que 'encheu o campo'. Nos meses seguintes voltaria a cumprir mais três internacionalizações.
Saiba mais sobre este excelente jogador na área 22 - De Águia ao Peito, do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

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