"Na sua primeira viagem ao estrangeiro, o voleibol benfiquista saiu invicto de dois torneios, em França e no Luxemburgo
Em Março de 1959, o Benfica foi convidado a deslocar-se a França e ao Luxemburgo para participar em dois torneios de voleibol. Na comitiva alinharam os jogadores António Augusto, José Brum da Silva, José Magalhães, Fernando Monteiro, Vítor Rodrigues de Carvalho, Francisco Freire, Artur Monteiro e Fernando Montalvão, estes dois estreando-se internacionalmente. A comandar seguia o treinador-capitão, o professor Nuno de Barros, 'a alma da equipa'.
Com esta deslocação, os voleibolistas de águia ao peito perspectivavam retirar ensinamentos das táticas adversárias, considerando que o voleibol francês era superior e as equipas que iam defrontar eram 'melhores que a maioria dos adversários nacionais'. Para o primeiro jogo, frente a uma seleção de Lorena, região da cidade anfitriã, Metz, a expectativa era a de não conseguir vencer.
No dia 21 de Março, 30 quilómetros a norte de Metz, no pavilhão do liceu de Thionville, onde o torneio teve lugar, o Benfica esteve a perder 0-2. Contudo, o clube de Lisboa deu uma empolgante reviravolta, tendo vindo a triunfar por 3-2 sobre os selecionados.
Ainda no mesmo dia, o Benfica jogou contra o Natation de Messine (V 2-0) e, no dia seguinte, contra o CV Terville (V 2-0). Disputou a meia-final com o Yutz-Thionville (V 2-0) e, finalmente, a final com o Racing de Estrasburgo (V 3-1), recuperando depois de ter começado em desvantagem. Na sua primeira prova internacional fora do país, o Benfica saía invicto e vencedor!
O público francês reagia com grandes manifestações de simpatia e calorosos aplausos. Nos jornais da Lorena sublinhava-se nunca se ter visto 'um festival de voleibol tão bem disputado'.
No dia 25 de Março, a equipa dirigiu-se ao Luxemburgo o Torneio dos Canadianos, defrontando o Matériel (V 2-0), uma equipa da NATO (V 2-0) e o Canadian (V 2-0). Oito jogos, oito vitórias, sem um único Set perdido no segundo torneio.
A equipa que em Julho se sagraria tricampeã regional de Lisboa saiu homenageado pelos adversários e respetivo público, que os via como 'jogadores atléticos e inteligentes'. Em 31 de Março, em Lisboa a comitiva foi recebida pelo presidente e pelo vice-presidente da Direcção, que lhe agradeceu e a congratulou.
Para os jogadores, que entregavam agora os seus troféus e lembranças de França e do Luxemburgo, a promessa de voltar a repetir o feito soava como prémio e estímulo pela dedicação ao voleibol e ao Benfica.
Conheça outras histórias do voleibol encarnado na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."
Pedro S. Amorim, in O Benfica
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