"Sem legendas, a imagem daquele grupo de adeptos, de cara tapada, a correr em direcção aos portões da Academia de Alcochete, poderia ser retirada de um documentário de guerra. Um exército - era disso que se tratava - disposto a desafiar a Justiça e as leis basilares de vida em sociedade para agredir um grupo de pessoas - e aqui não interessa se são jogadores, treinadores ou roupeiros.
Há poucas palavras para definir tudo o que aconteceu ontem à tarde. Há, no entanto, um significado simbólico na invasão ao balneário. É um espaço sagrado para os jogadores, um templo exclusivo para o plantel, de onde nada deve sair e onde ninguém deve entrar, pelo menos sem bater à porta. Com aquela invasão, aquele exército quis dizer que é dono do clube, desde a bancada ao balneário. Aquele exército quis dizer que é maior do que o clube.
Estes são os exércitos que os clubes - e isto não é um exclusivo do Sporting - criaram e alimentaram nos últimos anos. Obviamente que aquela invasão não resultou de uma concentração espontânea ou de um impulso pelos maus resultados recentes. Foi algo pensado, planeado, possivelmente como parte de um plano maior.
Bruno de Carvalho quis fazer disto um caso de polícia, equiparando-o a situações do dia-a-dia, como se nada tivesse ocorrido bem dentro no coração do clube. O presidente tem a sua realidade, ou pelo menos parece querer convencer o mundo de uma realidade alternativa. Fazia-lhe bem um banho de realidade real. Ou tudo pode piorar para o Sporting."
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