"No futebol, é bem mas difícil no vencedor do que modalidades jogadas, na maioria das vezes, com as mãos. É naturalmente muito mais difícil jogar com os pés. Os membros, superiores ou inferiores, cumprem ordens. Mas, como diz a sabedoria popular, é preciso ter cabeça. Que é o que nem sempre existe em situações de tensão ou adversidade. O jogo de futebol pode levar a que as probabilidades de sucesso do mais pequeno aumentem durante o próprio jogo. Diversos factores podem influenciar o aumento das possibilidades de sucesso do mais fraco. Esta incerteza, e a facilidade com que se pode jogar, torna o futebol a modalidade de maior sucesso. Mas também a que atrai mais conflitos. O impacto mediático do futebol tem aumentado em proporção com o crescimento da sociedade de comunicação, a imagem, em que vivemos.
Antes dos jogos das equipas de maior dimensão verifica-se uma pressão superior, com análises e comentários de elementos exteriores à estrutura, que podem inferiorizar o oponente. Mensagens sublimares, cirúrgicas, que desestabilizaram o adversário. Esta estratégia de comunicação externa é frequente em muitas equipas de grande dimensão. Internamente, a comunicação é claramente contrária. Valoriza-se o adversário o elevam-se os níveis de concentração, criando um quadro de dificuldade acrescida. As declarações dos responsáveis são quase sempre nesse sentido. O poder da comunicação influência a estabilidade psicológica com que se aborda o jogo. Cada vez é mais importante ter especialistas nas áreas da comunicação, externa e interna, e na vertente de apoio psicológico. Os jogos são ganhos, ou perdidos, por vezes, muito antes, muito antes de se terem início. Por isso o silêncio é de ouro em muitas situações. Responder em determinados momentos significa coloarmos-nos em inferioridade, e assim começar a perder o jogo, antes mesmo de ele se realizar."
José Couceiro, in A Bola
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