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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Tempos máximos garantido - Verdade desportiva ('Voucher' de tempo)

"Este medroso e incompetente árbitro não deveria arbitrar mais. Simplesmente vergonhoso. Uma bandalheira. Uma batota.

Eis a verdade desportiva em todo o seu esplendor mentiroso. João Capela arbitrou o Tondela - Sporting com um relógio que estica dedicadamente o tempo. Jogo empatado aos 90 minutos. Desconto de 4 minutos. Interrupção por lesão de jogador do Tondela aos 93m 42s, faltavam 18 segundos para se concluírem os 4 minutos de tempo adicional. Jogo reiniciado aos 96m 07s (interrupção de 2m 25s). Logo, deveria ter terminado 18s depois, ou seja, aos 96m 25s. Não houve nenhuma paragem do jogo depois de reiniciado. Golo do Sporting aos 98m 01s. Assim sendo, o desconto sobre desconto (até ao golo) foi de 4m 01s, ou seja 1m 35s depois de dever ter sido terminado. Aqui não há subjectivismos, faltas discutíveis ou lances duvidosos. Nem sequer já falo da brutal falta de William que originou a lesão do tondelense, e que nem sequer foi assinalada. Aqui, trata-se de pura cronometragem, quantificada, objectiva.
Jorge Jesus disse na flash interview que vira o árbitro indicar que dava mais 3 minutos, o que até era quase rigoroso (2m 25s de interrupção + 18s que faltavam). O golo salvador, porém, surgiu a seguir aos 4 minutos do redesconto.
Não sei a marca do relógio de Capela. Suspeito que é um Roskopf do século XIX, mais de acordo com o adestramento aritmético da cabeça do árbitro. Em qualquer caso, merece registar a patente do seu cronometro. É um 'roscofe', mas com modernices: tem incorporado um chip sensível à inteligência emocional, que lhe permite possuir um automatismo para o tempo máximo garantido e está conectado a um email inovador (capela.relogioestica@golo.com). Mesmo assim, necessita de um reciclagem aritmética baseada em adições (para uns) e subtracções (para outros). Como faria o relógio de Capela se fosse ao contrário?
Um último e caricato ponto: Coates na sua natural alegria resultante da dádiva arbitral festejou o golo tirando a camisola e correndo do meio-campo com ela no ar. Veria o amarelo, que por sinal o tiraria do próximo jogo. Capela nada viu. Auxiliares e quarto árbitro nada viram. Uma cegueira súbita e total. Uma anedota para o seu (deles) currículo.
Este medroso e incompetente árbitro não deveria arbitrar mais, havendo um pingo de decência nos órgãos decisores. Simplesmente vergonhoso o que se passou. Uma bandalheira. Uma batota que vale dois pontos. No fim do campeonato logo se verá cristalinamente a falta que um ponto sonegado ao Tondela lhe pode ter causado e se verificará se o bónus de dois pontos ao Sporting significou milhões a mais para si e milhões a menos para outros. A verborreia, pelos vistos, está a resultar. Assim se criou uma nova figura no luso futebol: a de 'vouchers' em forma de tempo de jogo. Uma nova espécie de 'banco de horas', que tanto jeito está a dar aos paladinos da guerra dos 'vouchers'.

Benfica A+ e B+
1. Brilhante jogo contra o Boavista, uma equipa que derrotou o Benfica na primeira volta e que lhe havia tirado, nos últimos três jogos com ela disputados, 7 pontos em 9 possíveis. Uma primeira parte de alta qualidade, com alguns jogadores em excelente momento: Cervi, Zivkovic, Jardel, Rúben Dias e Grimaldo. A equipa está confiante, as jogadas saem com fluidez e a velocidade tem sido uma poderosa arma. Rui Vitória tem um atributo muito bom que é essencial num treinador de futebol nos tempos actuais: é um magnífico gestor de pessoas. Não vem para a praça pública inferiorizar os que têm de substituir um qualquer titular, procura encontrar soluções sem queixumes ou desvalorizações do plantel e, julgo, consegue construir um ambiente de trabalho unido e solidário.
Alcançar o almejado penta não se afigura fácil, depois de alguns pontos perdidos em fase de menor consolidação de processos. Mas está na luta e vê-se que os jogadores estão concentrados na consecução desse objectivo. Hoje, disputa-se a segunda parte do Estoril - Porto - incompreensivelmente adiado por tanto tempo, ao arrepio dos regulamentos - que será importante consoante o resultado final.

2. A 2.ª Divisão - volto a assim chamar-lhe - continua a ser uma prova bastante competitiva. Muitas equipas continuam a sonhar com a subida e outras tantas enfrentam o espectro da despromoção. Outro ponto que acho positivo nesta Liga é a possibilidade que é dada aos principais clubes de nela participarem através do que se convencionou chamar equipas B. É ou deveria ser uma oportunidade para lançar jovens e para servir de lugar para adaptações quer de jogadores portugueses, quer de estrangeiros que procuram chegar à primeira equipa. O Benfica tem tido ao longo destes anos exemplos magníficos desse modo de construir a equipa B. Basta recordar, nos últimos anos, Bernardo Silva, Renato Sanches, Gonçalo Guedes, Lindelof, Nélson Semedo, Rúben Dias, João Carvalho, Diogo Gonçalves, entre outros. Este ano lá despontem João Félix, Ferro, Heriberto, Gedson e outros atletas com promissoras expectativas. Mérito também para o técnico Hélder Cristóvão.
Acontece que, ultimamente, tenho visto com desagrado as prestações desta equipa B. Não sei o que se passa, mas, pelo que pude ver, há uma aparente desmobilização e uma clara desconcentração no modo de encarar os jogos. Até compreendo que não é tarefa fácil motivar os jogadores, ou, pelo menos, alguns deles. Por exemplo, lá estão alguns que vieram para o Benfica no último Verão, com algumas expectativas de poderem jogar no escalão superior. É o caso do ex-arsenalista Willock ou do eslovaco Chrien. No entanto, os últimos dois jogos foram catastróficos. Derrotado há uma semana, em casa, pelo Académico de Viseu por 1-5 e este fim-de-semana copiosamente derrotado também por 1-5 com o Real de Massamá, último classificado, que já não ganhava há mais de 10 jornadas! Não andarei muito longe da verdade se afirmar que toda a folha salarial do Real é inferior ao ordenado de dois jogadores que atrás citei. Em suma, alguma coisa tem de ser feita. Equipa A ou B ou C, é o Benfica que está em jogo...

O fim da tabela
Se o título se joga a três, a luta pela permanência joga-se a sete: Moreirense, Feirense, Aves, Estoril, Paços de Ferreira, Vitória de Setúbal e Belenenses (ou oito, se agora juntarmos o espoliado Tondela) curiosamente cinco clubes (com excepção do Feirense e Paços de Ferreira) que já tiraram pontos aos grandes. Vai ser certamente uma luta desesperada até ao último minuto da última jornada e percebe-se que qualquer pontinho pode ditar uma coisa ou o seu contrário.
A propósito, há quem diga que o calendário do Benfica é mais fácil do que do Porto e Sporting. Não tenho necessariamente essa opinião. Nesta altura é mais complicado jogar com uma destas equipas do que com equipas no meio da tabela já sem a pressão de serem obrigados a ganhar (veja-se, por exemplo, as goleadas do Rio Ave, Chaves e Boavista ou a quebra do Marítimo) e a jogar mais aberto. Dos citados sete clubes o Benfica vai jogar fora com o Paços de Ferreira, Feirense, Estoril e Vitória de Setúbal. Todo o cuidado é pouco...

Contraluz
- Estatística: Zero
O Porto é a única equipa que, ao fim de 22 jornadas, ainda não viu assinalado nenhum penálti contra si. O Marítimo é a única equipa que ainda não teve um penálti a seu favor.
- Regresso: Casillas
Visto de fora, parecia incompreensível o magnífico guarda-redes espanhol estar no banco, sobretudo na Champions. Foi preciso um frango de José Sá para tudo mudar.
- Compensação: 0-5 e 5-0...
... afinal a diferença entre o futebol de primeira água e o futebol de trazer por casa. Em larga medida, por causa da diferença abissal de recursos financeiros, mas também por causa da nossa permanente autofagia doméstica.
- Frase: «Um dos maiores problemas do futebol português foi ter perdido o sentido de humor», (Manuel Cajuda, em A Bola, 17/02/18)
- Cores: a proibida...
(peço desculpa por estar escrito a vermelho)!"

Bagão Félix, in A Bola

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