"Depois de noventa minutos em que teve a sorte do jogo do seu lado, a França atingiu a final do Euro 2016, onde vai encontrar Portugal. Das 53 selecções que participaram neste Campeonato da Europa, já é certo que 51 vão situar-se abaixo de portugueses e gauleses, o que, só por si, é suficientemente elucidativo. As duas equipas conheceram percursos diferentes, os anfitriões sempre amparados pelos poderes, enquanto que Portugal fez o caminho das pedras, arrostando com a má vontade dos árbitros e de alguns especialistas que esperavam uma equipa simpática e tenrinha e acabaram por levar com a versão mais italianizada da turma das quinas de que há memória.
A final do próximo domingo pode ser vista como uma oportunidade imperdível para Portugal acertar, com os franceses, contas pendentes de 1984, 2000 e 2006; mas não me parece que esse seja o prisma mais certo para ver o jogo do Stade de France. Esta geração tem de jogar o presente, respeitando o passado, sem dúvida, mas de olhos postos no futuro. E se Portugal, de 2000 para cá disputou quatro das cinco meias-finais realizadas no Euro, por alguma razão é (só falhou a de 2008 porque perdeu nos quartos com a Alemanha). Os jogadores passam mas a consistência competitiva mantém-se. E há, neste momento, uma geração emergente no futebol português que garante a continuidade da equipa de todos nós na elite europeia.
Por isso, vamos tentar ganhar à França no domingo sem a pressão de exorcizar fantasmas do passado. Vamos tentar ganhar por todos os portugueses que acreditam na Selecção e nela encontram um vínculo com a Pátria. A equipa de Fernando Santos tem um encontro com a história e estou certo de que estará à altura da ocasião."
José Manuel Delgado, in A Bola
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