"O tema parece cliché na verdade é. Mas também continua a ser atual. Portugal exporta muitos jogadores, mas continua a ser principalmente um país que importa jogadores, que garimpa insistentemente para encontrar pepitas. Na janela de mercado que fechou segunda-feira, entraram 82 novos jogadores nos clubes da Liga, e apenas 18 deles são portugueses. Os jogadores estrangeiros muitas vezes são mais baratos, representam boas oportunidades de negócios, actuais e futuros; ou, simplesmente, parecem melhores. O que acontece, porém, é que na essência muito gira à volta do dinheiro e nem sempre da qualidade pretendida para as equipas. Por isso custa verificar que se continua a apostar pouco na promoção de jogadores da formação ou das divisões secundárias, como igualmente se realizam poucas transferências entre clubes da primeira divisão portuguesa.
Há excepções, claro que sim, mas neste Janeiro os clubes comportaram-se como sempre. Mais do que portugueses contrataram-se brasileiros (foram 21 nesta janela de inscrições), e assistimos também a uma capacidade fantástica para estendermos geograficamente a capacidade de prospecção. Entre os 82 novos jogadores contratados estão seis espanhóis, três argentinos, dois argelinos, dois colombianos, dois uruguaios, um montenegrino, um polaco, um saudita, um peruano, um norueguês, um ganês, dois angolanos, um paraguaio, um costa-riquenho, três franceses, um iraniano e um jogador de... Curaçau.
Esta realidade não é assim tão diferente das que existem noutros campeonatos mais sonantes, mas o jogador português precisa realmente de mais espaço para continuar a crescer e a ser apetecível, como é. Temos uma muito promissora geração de novos talentos nacionais. Que tenham pelo menos oportunidades iguais."
Nélson Feiteirona, in A Bola
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