"1. O futebol voltou. Se fosse alemão, Obama diria ja, wir konnen (yes, we can). E nem foram precisos semáforos à entrada das grandes áreas.
2. O treinador do Aubsburgo não pôde ir para o banco por ter violado o protocolo: foi comprar pasta de dentes. Ou seja, agora os presidentes já não precisam de despedir os técnicos, basta-lhes mandá-los ao supermercado.
3. Temos de adaptar-nos. Antes: «O médio X, que acabou o jogo com queixas, será reavaliado». Agora: «O médio X, que acabou o jogo com sintomas, será testado». Depois é só trocar o spray milagroso pelo álcool-gel.
4. Por cá, este novo futebol é um mundo de oportunidades para as peixaradas televisivas podem colocar-se linhas para medir o distanciamento social entre jogadores, repetir frames para perceber se no beijo ao colega houve ou não contacto entre lábios e face, discutir-se a intensidade do cumprimento com os cotovelos e da palmadinha no rabo, a intencionalidade de uma assoadela ou cuspidela. Ou será que vêm aí programas higiénicos?
5. A hipótese de a Liga fazer relatório semanal de infectados é estúpida. Um mapa de infectados não é um mapa de castigos e só vai gerar especulação entre cada actualização.
6. Perco a fé quando oiço o presidente do V. Setúbal a falar do Estádio do Bonfim como se fosse o Allianz Arena. Mesmo que seja aprovado pela DGS.
7. «Não vale a pena querer meter o motor de um Ferrari no chassis de um Fiat Punto», diz André Bernardo, administrador e nova estrela do Sporting, sobre o que tem sido feito na era Varandas. O que parece às vezes é que esta Direcção é o motor de um Fiat Punto no chassis de um Ferrari.
8. Mike Tyson e Evander Holyfield podem voltar a defrontar-se, 23 anos depois. Mais corajoso do que dar a outra face é dar a outra orelha.
P.S. - Veem? Tudo vai mudar no nosso futebol, estamos desinfectados! Até a violência das claques já acabou."
Gonçalo Guimarães, in A Bola
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