"A UEFA tem um Campeonato da Europa para realizar, uma Champions e uma Liga Europa para completar. O Comité Olímpico Internacional tem uns Jogos Olímpicos à porta e, ambos, têm como prioridade satisfazer os seus milionários amigos e parceiros, que lhes garante vida folgada e duradoura riqueza nos cofres. Por isso, ainda não se tinham dado conta da existência de um vírus universal, mais poderoso do que o dólar, mais forte do que o mais forte dos seus sponsors, mais universal do que eles. Chama-se coronavírus, mata pessoas, fecha países e deixa a população mundial numa angústia sem precedentes.
A UEFA soube, ontem, o que o mundo inteiro já sabia. Ficou contrariada quando a Roma lhe fez saber que a Espanha não aceitava a excepção de deixar aterrar ou levantar voos de e para Itália. Por isso, não lhe restou outra solução que não fosse alinhar umas curvas e bizarras linhas para, friamente, declarar que teriam de ser adiados os jogos da Liga Europa entre Sevilha e Roma e entre o Inter e o Getafe.
É ensurdecedor o silêncio da UEFA, e também da FIFA, sobre a pandemia declarada pela Organização Mundial de Saúde. Tal como é irresponsável a forma como o Comité Olímpico Internacional varre milhares de mortos e uma previsão de alarme universal para debaixo do tapete de Tóquio-2020.
Não é aceitável que as três maiores instituições desportivas do mundo resistam a tomar uma posição, a definir um plano, a encontrar uma solução que seja objectivamente aliada de todas as organizações mundiais e das autoridades de saúde, que tentam diminuir perigos e minorar consequências na vida da humanidade."
Vítor Serpa, in A Bola
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