"Só decisões extraordinárias podem resolver problemas extraordinários e é nesta proporcionalidade que radica a aceitação de todas as medidas que estão a ser colocadas em prática para conter o Covid-19, à escala global.
O desporto, agregador de massas e veículo potencial de propagação do novo coronavírus, tinha, forçosamente, de ver com as suas manifestações limitadas e a sensação que fica é a de que medidas mitigadoras, como fazer jogos à porta fechada, serão, em breve, substituídas pela suspensão de competições, até estarem repostas condições de segurança para a saúde pública.
E não valerá muito a pena clamar contra incómodos e prejuízos, porque em causa está um bem superior. A economia, na qual o dinheiro nunca desaparece, passa, quanto muito, de uns para outros, encontrará, como sempre, o seu caminho para sair da espiral negativa provocada, desta feita, por uma pandemia (em 2008 o vírus chamou-se Lehman Brothers...) e os espíritos lúcidos devem chegar-se à frente e, com o pragmatismo do Marquês de Pombal depois do terramoto, preparar o day after desta crise.
Numa altura destas, a única coisa realmente importante é o que nos une e nos pode ajudar a recuperar a normalidade, tão cedo quanto possível. E é perante a dimensão desta ameaça que nos apercebemos, cristalinamente, como são ridículas e pequenas as guerras de alecrim e manjerona que ocupam larga fatia do espaço mediático do desporto português. Mas já Einstein os topava à légua: «Duas coisas são infinitas, o Universo e a estupidez humana. E ainda não estou absolutamente certo quanto à primeira»."
José Manuel Delgado, in A Bola
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