"Afinal, este Benfica de Bruno Lage é de carne e osso. Também tem dias menos bons, comete erros e deixa os adeptos em pânico. Antes do clássico, o meu estado de felicidade era tamanho, que eu nem sequer me incomodava com os sermões da minha mãe para fazer a cama, arrumar o quarto e não comer na sala por causa das migalhas. Depois, à medida que o jogo foi decorrendo, eu fui ganhando cada vez mais vontade de lutar pela legalização da eutanásia. Porém, ao contrário daqueles benfiquistas que após o segundo golo do FCP se levantaram em debandada, eu ali fiquei na Luz, sentado e sereno, ainda à espera de que o Benfica aparecesse em campo para o jogo. Aproveitei para consultar preços de bilhetes de avião para a Holanda, Suíça e Bélgica - onde a eutanásia é legal -, mas entretanto deu-me um clique e apercebi-me de que existem muitos mais motivos para estar animado do que destroçado. Ser do Benfica impõe esta elevada dose de esquizofrenia, onde o céu e o abismo quase se tocam e, no final, uma estranha sensação de êxtase toma conta de nós. Sábado, ao final da noite, eu não colocava de parte a possibilidade de exigir o despedimento de todos os funcionários do Clube - eventualmente o exílio de alguns deles. No domingo já me pareceu mais sensato dar-lhes outra oportunidade e, se o Benfica vencer em Braga, porque não oferecer um contrato vitalício a toda a gente?
O próximo desafio é de um grau de dificuldade muito, muito elevado. No entanto, eu acho que o Benfica vai entrar em campo com uma tremenda vantagem. As camisolas transportam há vários anos o prestigiado patrocínio da Emirates e Portugal inteiro sabe que o Sá Pinto tem uma relação bastante complicada com companhias aéreas."
Pedro Soares, in O Benfica
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