"Aqui há um mês, depois da derradeira Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica, para aprovação do plano de actividades e orçamento relativos a esta época, referi que o presidente Vieira anunciara nessa sessão que antes do início da nova temporada convidaria os autores das ideias 'mais instigantes' levantadas na Assembleia para uma reunião alargada com os profissionais responsáveis dos diversos sectores do Benfica em que os assuntos pudessem ser mais esclarecidos e mais bem tratados. O nosso presidente voltara a ter a percepção de que, para lá de os projectos apresentados pela Direcção com as respectivas projecções de custo-benefício terem voltado a merecer a clara concordância dos sócios, algumas inquietações e diversas boas ideias apenas sumariamente enunciadas nos três minutos das intervenções de alguns presentes deveriam merecer atenção mais dedicada e proactiva por parte da estrutura profissional do Benfica, no sentido do seu aproveitamento e, até, da sua eventual exequibilidade.
Nesse mesmo texto, exprimi a convicção de que tal medida - plena do simbolismo que no Benfica historicamente sempre atribuímos à livre expressão e conjunção das ideias no ambiente da maior transparência - nunca mais deixaria de ser aplicada na sequência das Assembleias Gerais do Clube, como uma nova tradição institucionalizada por Luís Filipe Vieira. E veremos se, como escrevi, não passará, de facto, a suceder sempre assim. Eu diria agora que esta reunião informal de mais de seis horas, realizada no passado sábado no Caixa Futebol Campus - para a qual o presidente convidou os dezoito sócios intervenientes na Assembleia Geral, tendo mandado convocar expressamente, entre outros profissionais, pelo menos cinco directores de primeira linha de estrutura operacional do Benfica -, representou, no presente contexto de generalizado optimismo e confiança em que hoje vivemos, bem mais do que um mero encontro de cortesia, ditado pela personalidade convival do máximo responsável pelo Clube e pelo universo Benfica.
Basta perguntar, comparativamente, em que lugar e em que tempo, já passado ou no presente, qual é, ou qual tenha sido, outra entidade de natureza associativa no campo desportivo, em Portugal, cujos gestores admitem aprofundar deste modo, de olhos nos olhos com os consócios, as incidências das matérias específicas ou as oportunidades de novas soluções, nos seus respectivos campos de actividade.
A resposta é mais do que óbvia: para referirmos metaforicamente apenas os dois casos menos displicentes, num, 'aquilo' até parece um grelhador de carne - quando se julga que tudo corre um pouco melhor, vira-se o espeto, e... a chicha já está outra vez toda queimada; nem o carvão fica para brasa... Mas no outro, pior ainda - aquele que ainda continua a fazer de assador não larga o espeto da mão há quase quarenta anos, sem sequer saber onde é que está o braseiro, há muito tempo... Hoje, no calor da noite, como ele, o próprio talho tem as carnes cada vez mais fracas."
José Nuno Martins, in O Benfica
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