"Ver as lágrimas de Nico Gaitán no banco de suplentes, em Coimbra, depois de ter feito mais um grande jogo - provavelmente o último - pelo Glorioso fez-me chegar a uma conclusão: eu nunca serei um bom gestor. Por mim, nesse momento, o mágico número 10 nunca mais sairia do SL Benfica. Não haveria 25 nem 45 milhões que me fizessem mudar de opinião. Nem trocas de jogadores, nem pressões dos empresários para ganhar comissões, ou outras complicações.
Um jogador de Futebol dos nossos dias que chora daquela forma e que sente de maneira tão própria a realidade do nosso Clube teria que ser recompensado. Até imagino a conversa: "Então, Nico, que se passa? Não quero sair, estou bem aqui, amo este Clube, a cidade, as pessoas... Pronto, não se fala mais nisso - ficas e ponto final". Eu sei que as coisas não se resolvem assim e que no mundo dos milhões do Futebol muito menos.
Mas olho para Nico Gaitán e só me vem à cabeça o pequeno uruguaio que falhou uma grande penalidade ao serviço da sua agremiação desportiva. Esse cinco réis de gente, que se vendeu por um prato de lentilhas envenenadas, representa o oposto de Nico, mas ainda bem que se sente valorizado por lá estar e por continuar a dar-nos alegrias como a do Jamor.
Nico, por mim ficavas cá até pendurares as chuteiras, serias sempre o nosso 10, o nosso abre-latas em caso de necessidade, o nosso coelho a sair da cartola, a nossa arma secreta, o nosso brinca-na-areia, o nosso mago nos clássicos. Nem que nos oferecessem o teu peso em ouro mais três pontas-de-lança, dois médios e um guarda-redes. Por mim, não saías. Por isso é que eu não sou gestor, sou só adepto."
Ricardo Santos, in O Benfica
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