O que se sabe das negociações entre Benfica e Maxi Pereira (ou o seu empresário) para a renovação do contrato do jogador é que o clube lhe apresentou proposta de três anos de contrato no valor de um milhão e meio de euros líquidos por ano. O que também se sabe é que o FC Porto subiu a parada, apresentando a Maxi (ou ao seu empresário) um ano mais de contrato e mais meio milhão de euros líquido por ano. O que não se sabe é porque Maxi ainda não decidiu nem se sabe do que está à espera ou se está realmente à espera de alguma coisa.
Por outro lado, e já no domínio de alguma especulação, é certo, consta que a possível opção de Maxi Pereira pelo FC Porto poderá vir a custar ao FC Porto, com salários nos quatro anos (16 milhões de euros brutos sensivelmente), mais prémios e comissão ao empresário, qualquer coisa como um total aproximado de 20 milhões de euros brutos, o que não deixará de marcar substancial diferença para a oferta do Benfica, que na proposta de três anos de contrato (e um ano menos faz também muita diferença) poderia/poderá ter de vir a pagar qualquer coisa como 12 milhões de euros brutos (nove de salários mais três de comissão e prémios).
Que Maxi Pereira faça o seu jogo, claro que se compreende, ele é um profissional de futebol que procura o melhor para si depois de ter vivido oito anos da carreira no Benfica, os últimos dois dos quais em muito bom plano. Deixaram que Maxi pudesse ficar com a faca e o queijo na mão na hora de renovar o contrato e o que ele faz, e disse, é apenas aproveitar o momento para negociar melhor o que será certamente o último grande contrato da vida.
O FC Porto faz igualmente bem o seu papel de querer roubar o jogador ao Benfica, como o fez quando se tratou de ir à Luz convencer o compatriota de Maxi, o médio ofensivo Cristian Rodríguez, a mudar-se para o Dragão. É discutível o que oferecerá a Maxi Pereira mas só os responsáveis portistas sabem as linhas financeiras com que se devem coser.
Quanto ao Benfica, depois de ter ido, segundo parece, a reboque do empresário do jogador nos últimos dois anos, vendo-se o clube mais ou menos impedido de negociar com a antecedência a eventual renovação do jogador, agora parece ir a reboque do próprio Maxi Pereira, de quem está, há demasiado tempo, à espera duma resposta.
E isso não é fácil de entender.
Não se esperava que fosse o Benfica a dar a Maxi Pereira um prazo para dar resposta final? Não se esperava que passado já tempo suficiente viesse o Benfica a dar por terminadas as negociações com o jogador por não obter um sim ou sopas?
Pelos dados que vieram a público parece esperar o Benfica que Maxi Pereira se deixe convencer não pelo dinheiro mas pelo eventual sentimento. Faz mal. O próprio Maxi disse que, por mais que lhe custasse, se tivesse de jogar noutro clube em Portugal jogaria.
Talvez espere Maxi que a incerteza leve o Benfica a subir a parada e jogará na eventual angústia encarnada de poder voltar a passar pela sempre dura experiência emocional de perder um dos maiores símbolos do campo e do balneário para o rival do Porto um mês depois de perder o treinador para o rival de Lisboa.
Deveria o Benfica esperar pela decisão do jogador?
Não. Maxi já teve tempo para decidir. Se não decidiu, devia decidir o Benfica.
É fácil perceber porquê!
PS: "Paulo Sousa regressa ao futebol italiano, agora como treinador. Estará como peixe na água. Entra pela porta da Fiorentina mas aposto que só pára na Juventus. Para lá de todos os talentos e capacidades, Paulo Sousa tem outro mérito excecional: como jogador e agora como treinador, construiu sempre a carreira sozinho.
Sabem o que quero dizer."
João Bonzinho, in jornal A Bola
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