"Entre tempos úteis, inúteis e fúteis, um jogo tem, em regra, entre 90 a 95 minutos. vividos intensamente e de maneira diferente. Julga-se o cronómetro com a imaginação de um antiquado e lento relógio de pêndulo, quando o desejo é que o tempo voe, ou, então, como uma cebola que se adianta desmesuradamente, quando se anseia por mais tempo de jogo. Um tempo dentro da pressa e uma pressa fora do tempo.
Isso é mais evidente nos derradeiros minutos. Um golo decisivo marcado ou sofrido nos últimos instantes é uma dádiva celeste ou uma tragédia diabólica. Como, aliás, se acha bizarro haver golos nos primeiros segundos. E, no entanto, todos esses segundos são iguais a quaisquer outros. Apenas o não são na subjectividade que desafia a teoria das probabilidades.
É como numa viagem de automóvel. A um quilómetro de chegar ao destino, depois de um longo percurso, achamos que já nada irá acontecer, ainda que a menor probabilidade se possa transformar numa arreliadora certeza.
A propósito destes momentos no futebol, fiz algumas contas até à última jornada (21.ª). Quanto aos instantes finais, o líder das emoções é o Sporting:
Benfica (saldo 0) - ganhou 1p. (Sporting) e perdeu 1p. (P. Ferreira)
Porto (saldo +1) - ganhou 1p. (Estoril)
Sporting (saldo +2) - ganhou 6p. (Arouca, 2; Moreirense, 1; Braga 2; Belenenses, 1) e perdeu 4p. (Académica, 2; Benfica, 2).
Quanto aos primeiros minutos, o Benfica marca duas vezes (Estoril e Braga) e sobre com o Nacional. Curioso é que, no fim, acabou por perder com o Braga e com o Nacional venceu. Já quanto ao Porto e o Sporting apenas no jogo entre eles houve um golo prematuro (do SCP)."
Bagão Félix, in A Bola
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