"Na temporada 1993/94, o hoquista Rui Lopes não parou de fazer o que mais gostava
Os desportos de pavilhão têm como chamariz e elevada intensidade de jogo a que são disputados, proporcionando resultados volumosos. A multiplicidade de acontecimento faz com que seja exigente até para os adeptos que estão nas bancadas. São, por isso, modalidades que fascinam tanto quem as pratica como quem as acompanha.
Natural de Paços de Arcos, Rui Lopes cedo se apaixonou pelo hóquei em patins, modalidade de eleição naquela vila. Com apenas 7 anos, ingressou no CD Paços de Arcos. No entanto, a sua constituição física fez com que tivesse de ocupar uma posição mais afastada de algo que tanto o encantava, que era marcar golos: 'Era muito gordo e baixinho, tinha alguma dificuldade em movimentar-me, pelo que jogava atrás'.
A dedicação e o amor pela modalidade fizeram com que evoluísse de forma excecional: 'Cresci, emagreci, ganhei maior maneabilidade e passei a jogar à frente'. Talentoso, foi construindo um palmarés soberbo ao longo da formação, conquistando o Campeonato Nacional em diversos escalões. A chamada às seleções nacionais de base tornou-se uma formalidade, sendo apontado como um jogador de enorme potencial.
Rápido, tecnicista e com pontaria afinada, Rui Lopes despertou o interesse dos dirigentes do Benfica, que asseguraram a sua contratação em 1987. Apesar de ter apenas 17 anos, ingressou na equipa de honra dos encarnados.
Ao serviço do clube mais titulado em Portugal, o avançado sentiu algumas dificuldades na integração: 'Efetivamente, não foi fácil; senti dificuldades de ambientação, dado as diferenças de idades entre mim e os restantes companheiros de equipa'. Contudo, acabou por ganhar um lugar no cinco inicial e passou a ser recolha habitual do selecionador nacional.
Apontado como um dos melhores avançados portugueses, viu esse estatuto confirmado na gala do Troféu Serpa de 1993, organizado pela Federação Portuguesa de Patinagem, em que foi distinguido como Jogador do Ano. Finalizador nato, confessava que tinha 'uma grande ambição pelo golo'. 'É a coisa que mais me satisfaz. Tenho um imenso prazer em festejar o golo', afirmou.
Na temporada seguinte não parou de fazer o que mais gostava! Entre 1 e 9 de Outubro, ao serviço da seleção nacional no Campeonato do Mundo, Rui Lopes celebrou em 24 ocasiões, sagrando-se melhor marcador de competição e sendo fundamental para que Portugal conquistasse o título. Terminada a prova, regressou ao Benfica e, após um começo periclitante no Campeonato Nacional, liderou os encarnados para uma sequência de 26 triunfos consecutivos, garantindo a vitória na competição. O avançado apontou 69 golos, sendo, a par do colega de equipa Luís Ferreira, o melhor marcador. Na final da Taça de Portugal, frente ao Sporting, apontou mais dois golos, na vitória dos benfiquistas por 11-3.
Saiba mais sobre este brilhante hoquista na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica

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