"A Taça de Portugal é a festa do futebol português. Trata-se da competição onde, mesmo os emblemas mais modestos, mesmo os atletas mais anónimos, pode, um dia, desfrutar do seu momento de fama e de glória. Desta vez a sorte grande sorriu ao Pevidém, equipa minhota que disputa o Campeonato de Portugal e vai receber o Benfica naquele que será, com certeza, um dos dias mais cintilantes do seu historial e da vida dos seus jogadores.
Lamentavelmente, o jogo não irá disputar-se no estádio local, mas, sim, em Moreira de Cónegos. Lembro-me de ver Chalana em campos pelados, com gente espalmada entre muros e linhas laterais. Na época de Eusébio, por maioria de razão, tal seria ainda mais frequente.
Até posso entender as razões pelas quais, hoje, existe uma maior necessidade de proteger os atletas e garantir a segurança dos adeptos. Não percebo é por que motivo se obriga os grandes clubes a jogar fora de casa esta eliminatória, quando as partidas acabam invariavelmente por ser deslocadas para campos neutros. Desconfio que os jogadores do Pevidém gostavam mais de pisar o relvado da Luz por uma vez nas suas carreiras, e que o próprio clube obteria uma receita partilhada muito superior num estádio onde provavelmente estariam mais de trinta mil pessoas. Mas o futebol português tem razões que à razão desconhece. As mesmas que, com a sobrecarga de jogos que os principais jogadores sofrem nas pernas, os fazem jogar as meias-finais desta prova a duas mãos - quando todas as outras eliminatórias, bem como a final, se disputam em jogo único.
É óbvio que, respeitando o adversário, o Benfica irá passar à fase seguinte. E esperamos que, a partir daí, possa prosseguir a sua caminhada até ao Jamor. Em 28 anos vencemos apenas 3 Taças de Portugal. Estão muitas em dívida. Queremos começar a cobrá-las."
Luís Fialho, in O Benfica
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