"Em tempo de comunicação controlada e redes socais, teria sido bom saber mais sobre a equipa das Quinas
Acabou o Euro para Portugal. Se o que se passou em campo já foi analisado e continuará a ser nos próximos dias, interessa-me outro aspeto: o da comunicação. Ou o da falta dela.
Escrevia em março o meu colega Nélson Feiteirona que ver a Seleção era como ir ao cinema e não podia concordar mais. Não se cultivou verdadeiramente uma relação entre a Seleção e os adeptos – não basta à FPF colocar bandeiras nas cadeiras dos estádios quando há jogos – tirando da equação os emigrantes incondicionais, que bem se mostravam naquele treino aberto para 8 mil adeptos.
A nossa foi uma das poucas, talvez a única Seleção a não fazer um vídeo de promoção com os convocados para o torneio. Até a Ucrânia, com todas as dificuldades inerentes ao estado de guerra com a Rússia o fez; e a Espanha convocou as famílias e Rafael Nadal para narrar o vídeo, por exemplo.
Não sei quase nada do que se passava no hotel Klosterpforte, em Marienfeld. Os jogadores entravam e saíam. A Federação fez dois vídeos, um de 18 minutos, outro de 10, com imagens soltas de treino e jogadores a andar de um lado para o outro. Vi João Félix e João Neves a jogar bilhar, mas não sei quem ganhou; Rúben Neves no ténis de mesa, mas nem sei contra quem jogava; depois do jogo com a Eslovénia, nem uma imagem de festa no balneário, apenas Diogo Costa e Pepe num abraço. O mesmo foi pedido insistentemente pelos adeptos, ávidos de mais contacto, nos comentários nos vídeos ao Youtube.
Aqui ao lado em Espanha, vi como Álvaro Morata consegue cozinhar uma carbonara; como começou a amizade de Nico Williams e Lamine Yamal contado pelo próprios; como é a festa no balneário da La Roja. A Espanha soube como aproveitar os ativos e abriu a seleção ao mundo. Talvez Portugal possa aprender, dada a parceria para organizar o Mundial 2030.
Até dos suíços sei quem é o contacto mais famoso que têm no telemóvel e que o Ed Sheeran foi cantar para os ingleses. Só alguma criatividade evidenciada com Ricardo a ver fotos da estada da Seleção em Marienfeld, em 2006. Com uma Seleção tão cheia de estrelas, era obrigação da FPF mostrar-nos mais daquilo que só ela controla – como de resto se passa hoje com os clubes."
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