"Uma prova com grande êxito de organização, na qual a equipa rubra liderada por Armando Pereira foi a grande vencedora
Em julho de 1951, a Associação de Ciclismo do Sul, em colaboração com o Clube Desportivo 'Os Águias', decidiu organizar uma prova entre Lisboa e Alpiarça, terra de fortes tradições velocipédicas.
A partida teve como pano de fundo o Campo Grande, porém, devido ao atraso na comparência de algumas equipas, a prova começou só 40 minutos depois de hora prevista. Alinharam 45 concorrentes, representando clubes como Bombarrelense, Carcavelos, Cascais, Arroios, Sporting e Águias de Alpiarça. A equipa do Benfica era construída por Armando Pereira, Américo Antunes de Almeida, Jorge de Oliveira, Fernando Maltês, Manuel Carvalho e Manuel Joaquim dos Santos.
O arranque fez-se a bom ritmo, com Armando Pereira a comandar o pelotão desde os instantes iniciais. Na passagem por Sacavém, foi Manuel de Carvalho que passou para a frente da corrida. Menos sorte teve Américo de Almeida, que, em Santa Iria da Azoia, teve um furo, enquanto alguns dos seus adversários ensaiavam uma fuga, mas que rapidamente redundou em fracasso.
Até Vila Franca de Xira, apesar de alguns despiques entre diversos concorrentes, a velocidade média pontou-se por uns bons 35 quilómetros/hora. Em Castanheira do Ribatejo, eram os homens do Cascais quem dominava na cabeça do pelotão, situação que se reverteu à passagem pelo Carregado, altura em que o benfiquista Manuel de Carvalho aumentou o ritmo, ultrapassando os homens do Cascais. Entre a Azambuja e o Cartaxo, a prova perdeu fôlego. Porém, à saída desta vila ribatejana, os benfiquistas resolveram lançar-se numa ofensiva, que, apesar dos esforços, não obteve o distanciamento desejado.
A descida para o vale de Santarém permitiu a todos os ciclistas retemperar as forças para a difícil subida até à capital ribatejana. Assistiu-se ali a um animado despique entre os rapazes do Carcavelos e do Benfica, para ver quem chegava mais depressa ao topo. O pelotão fragmentou-se, e, momentos depois, o mau estado do tabuleiro da ponte da ribeira de Santarém sacrificou alguns dos concorrentes com avarias e obrigou a uma diminuição da velocidade.
Ultrapassados estes percalços, no último troço da corrida até Alpiarça, a estrada plana proporcionou maiores velocidades, num duelo encabeçado pelos corredores do Benfica e do Carcavelos. A poucos metros da meta, no despique final, o benfiquista Armando Pereira sprintou mais forte que todos os seus adversários, vencendo a prova, enquanto o clube da Luz conquistou com mérito o 1.º lugar por equipas.
Para saber mais sobre esta e outras histórias do ciclismo, visite a área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."
Ricardo Ferreira, in O Benfica
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