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sábado, 6 de abril de 2024

A desesperada insuficiência


"O Benfica caiu aos pés dos rivais na Taça de Portugal, no primeiro de dois duelos consecutivos entre as equipas. Numa altura em que os encarnados não se encontravam propriamente numa fase espetacular da época, no que diz respeito ao nível exibicional apresentado em jogos anteriores, o desempenho das águias no dérbi foi positivamente surpreendente. No entanto, acabou por não ser suficiente para seguir em frente.
Durante os 90 minutos, os encarnados mostraram-se superiores face aos adversários em vários aspetos do jogo. A pressão alta, que atingiu níveis parecidos aos da época passada, condicionou a saída de bola do Sporting como há muito não se via. A utilização de Tengstedt na frente de ataque, foi um dos principais elementos responsáveis por esse feito. Sem bola, o avançado dinamarquês é do melhor que se pode ter numa equipa.
É um atleta que corre longas distâncias na frente de ataque, sempre à procura de pressionar a saída da equipa adversária da melhor forma, muitas das vezes acabando mesmo por recuperar a posse na primeira fase de construção oposta. Além disso, e ainda no que diz respeito aos movimentos sem bola, Tengstedt destaca-se pelas movimentações de desmarcação marcadamente intensas e constantes, que permitem uma boa ligação com os companheiros que atuam atrás dele. No entanto, aquilo que mais falta ao nórdico é aquilo que mais se quer num ponta de lança: o aproveitamento de oportunidades. O poder de finalização de Tengstedt ainda está muito distante do desejado, e, num jogo deste caráter, o desperdício de grandes oportunidades mostra-me fatal para o conjunto.
Do outro lado, a fluidez ofensiva não esteve perto daquela apresentada pelos encarnados, mas, quando criadas, as oportunidades foram convertidas da melhor forma pelos leões. Um fator incontornável e que fez a diferença.
Dito isto, a culpa não recai apenas nos ombros do avançado do Benfica, até porque, face ao contexto, é a melhor opção para os encarnados nestes duelos.
O aproveitamento não foi o esperado, mas toda a equipa mostrou competência e desejo de reverter o desfecho da eliminatória. Os laterais Bah e Aursnes, por exemplo, voltaram ao seu melhor nível, e controlaram o ataque leonino enquanto rompiam com as linhas adversárias. João Neves e Florentino mostraram mais uma vez o ritmo categórico que impõem no jogo, e foram novamente referências para o bom funcionamento da equipa. O trio formado por Di Maria, Rafa Silva e Neres, muitas vezes ausente nas tarefas de pressão, foi a par de Tengstedt, essencial para o retorno dos ideais apresentados e para a criação das oportunidades de perigo. Exemplos curtos mostram que o resultado não surge pela incompetência dos elementos, mas sim pela insuficiência dos mesmos em tornarem a superioridade jogada em números no marcador.
Em relação ao papel do treinador, há que notar que o planeamento de Roger Schmidt para o jogo efetivamente surtiu efeito e isso é algo que pode ajudar a equipa daqui em diante.
A tática preparada resultou em preponderância frente aos leões, e esse facto dá à equipa uma lufada de esperança e confiança para os jogos que se seguem. Não apenas para o campeonato, como também para a Liga Europa. Chegando perto dos níveis apresentados no dia de ontem, as águias estendem a passadeira para um futuro de boas perspectivas até ao fim da época.
Antecipando agora a deslocação a Alvalade, os encarnados preparam o jogo tentando antever de que forma podem ferir novamente o jogo dos leões, face às alterações que podem surgir do outro lado. Agora sem o fator casa a favor, terá de ser apenas a definitiva superioridade dentro das quatro linhas a ditar o futuro das águias no campeonato."

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