"Daqui a muitos e muitos anos, sempre que alguém evocar a história dos dérbis lisboetas, seguramente não irá esquecer o jogo de domingo passado no Estádio da Luz.
Houve os 6-3, houve os 7-1, o golo do Luisão em 2005, o golo de Mitroglou em 2016. Muitos golos de Eusébio que infelizmente não cheguei a tempo de testemunhar. Não sei se este será o dérbi dos descontos, do Tengstedt, do João Neves ou de outra coisa qualquer. Seja qual for o epíteto que lhe atribuímos, tem entrada direta nos livres de história, na galeria dos inesquecíveis.
É por situações como esta que o futebol é apaixonante e arrasta multidões por todo o mundo. Quando um jogo parecia perdido, quando muita gente já abandonava as bancadas de queixo caído e alma ferida, quando, com uma anunciada derrota, a classificação virtual nos mostrava uma desvantagem de 6 pontos face ao rival - que seria, convenhamos, difícil de reverter -, eis que 4 minutos à Benfica viraram tudo de pantanas. O jogo, o resultado, a classificação e o ânimo da família benfiquista - de novo exultante e confiante na sua equipa, no seu treinador e nos seus jogadores, a viver o primeiro dia do resto de uma temporada que, subitamente, nos surge agora pintada a cores muito mais vivas.
Foram, seguramente, 4 dos mais vibrantes minutos vividos em 20 anos do novo Estádio da Luz. E independentemente do conjunto de jogadores que acreditou até ao fim, e lutou bravamente pela sorte que acabou por lhe sorrir. Quem consegue ir ao fundo do poço resgatar, com aquele brio, com aquela entrega, com aquela coragem e com aquela mística, um jogo que parecia perdido, merece indubitavelmente ganhá-lo.
E se houvesse mesmo que dar nome àquilo, apetecia-me chamar-lhe, simplesmente, Benfica."
Luís Fialho, in O Benfica
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